BIBLIOLOGIA
Bíblia Sagrada ►
Significa no grego bíblia = biblius ou pequenos livros.
Significa no grego Sagrado = O que é santo e separado.
Bíblia Sagrada significa Livros Santos e Livros Separados e Sagrado.
1º Classe Livros da Lei ou Pentateuco, contem 5 livros.
I – Gêneses / Êxodo / Leviticos / Números i Deuteronômios.
2º Classe Livros Históricos contem 12 Livros.
II - Josué / Juízes / Rute / I Samuel / II Samuel / I Reis / II Reis / I Crônicas / II Crônicas / Esdras Neemias / Ester.
3º Classe Livros Poético contem 5 livros.
III - Jó / Salmos / Provérbios / Eclesiastes / Cantares de Salomão.
4º Classe Livros Proféticos contem 17 Livros
5 Livros são chamados de Profetas Maiores.
Isaias / Jeremias / Lamentações de Jeremias / Ezequiel / Daniel.
12 livros são chamados de Profetas Menores.
Oséias / Joel / Amós / Obadias / Jonas / Miquéias / Naum / Habacuque / Sofonias / Ageu.
Estar completa a divisão das classes dos 39 livros que pertence ao Antigo Testamento.
Agora os autores de cada livro e a mensagem central do livro escrito.
A) Livros da Lei ou Pentateuco. 5 livros.
1º Livro ► Gênese.
Autor – Moises.
Mensagem central do livro; É um registro da origem do Universo, gênero humano, do pecado do homem e os passos iniciais destinados a sua redenção, mediante uma aliança divina feita com uma raça escolhida, cuja historia primitiva ali se descreve.
2º Livro ► Êxodo.
Autor – Moises
Mensagem central do livro; A historia de Israel desde a morte de Josué até a construção do tabernáculo.
3º Livro ► Leviticos.
Autor – Moises.
Mensagem central do livro; Como um povo pecador pode se aproximar de um Deus santo, A Palavra santo ocorre mais de oitenta vezes no livro.
4º livro ► Números.
Autor – Moises.
Mensagem central do livro; A incredulidade impede a entrada á vida abundante. Hebreus 3: 7-19
5º Livro ► Deuteronômio.
Autor – Moises.
Mensagem central do livro; Repetições das leis proclamadas no Sinai, com um chamado a obediência, e as lembranças das experiências da geração passada.
B) Livros Históricos. 12 Livros.
1º - Livro ► Josué.
Autor – Josué.
Mensagem central do livro; A conquista e divisão da terra prometida.
2º - Livro ► Juizes.
Autor – Desconhecido; a tradição atribui o livro a Samuel.
Mensagem central do livro; Israel durante os tempos dos 14 Juizes.
3º - Livro ► Rute.
Autor – Desconhecido, possivelmente Samuel.
Mensagem central do livro; a historia de uma mulher moabita sendo transformada pela historia de um Deus vivo e o seu povo.
4º Livro. ► I Samuel.
Autor – Desconhecido.
Mensagem central do livro; Esse livro contem varias historias importantes,que poderíamos destacar uma, vai do analise de cada um, qual dessas historia seria a mensagem central.
5º Livro. ► II Samuel.
Autor – Desconhecido.
Mensagem central do livro; O inicio da monarquia para os israelitas, a unção de Davi, gigante Golias, as grandes batalhas etc.
6º Livro. ► I Reis.
Autor - Desconhecido.
Mensagem central do livro; A morte do rei Davi, historia do reinado de Salomão o filho do rei Davi, o profeta Elias.
7º Livro. ► II Reis.
Autor - Desconhecido.
Mensagem central do livro; A historia dos reinos de Judá e Israel e profeta Elizeu.
8º Livro. ► I Crônicas.
Autor – Indeterminado. Crê-se que tenha sido revisado por Esdras.
Mensagem central do livro; Conta sobre as conquistais dos reis.
9º Livro. ► II Crônicas
Autor – Indeterminado. Crê-se que tenha sido revisado por Esdras.
Mensagem central do livro; 5, reformas rei Asa, rei Josafá, rei Joás e sacerdote Jeoiada, rei Ezequias e o rei Josias.
10º Livro. ► Esdras.
Autor – Indeterminado. Crê-se em Esdras.
Mensagem central do livro; O regresso dos juizes de seu cativeiro na Babilônia, a reconstrução do templo, e a inauguração de reformas sociais e religiosas.
11º Livro. ► Neemias.
Autor – Indeterminado. Muitos eruditos consideram parte do livro como uma biografia de Neemias.
Mensagem central do livro; A reconstrução dos muros de Jerusalém, e a restauração das ordens antigas.
12º Livro. Estar.
Autor. Desconhecido.
Mensagem central do livro; Uma jovem formosa judia se torna rainha e livra seu povo de armadilha de morte.
C) Livros Poéticos. 5 Livros.
1º Livro. Jó
Autor – Desconhecido.
Mensagem central do Livro; A aflição de um homem justo e sua riqueza verdadeira.
2º Livro. Salmos.
Autores – Davi, Os filhos de Core, Asafe, Hemã, Etâ, Salomão, Moises, Ageu, Zacarias, Ezequiel, Edras e os anônimos.
Mensagem central do Livro dos Salmos; São 150 cânticos e poemas espirituais usados para enaltecer a grande do criador em todos os feitos revelados.
3º Livro. Provérbios.
Autor – Acredita que Salomão escreveu grande parte.
Mensagem central do Livro; è um conjunto de informações moral, que serve de instrução para maneira correta de viver.
4º Livro. Eclesiastes.
Autor – Indeterminado, ainda se acredita que o rei Salomão escreveu.
Mensagem central do Livro; Filosofo cuja mente esta em conflitos sobre problemas da vida. Depois de falar das desilusões que havia tido, e que não a nada melhor que o gozo carnal dos prazeres da vida.
5º Livro. Cânticos dos Cânticos.
Autor – Salomão.
Mensagem central do Livro; Retrata um forte envolvimento de duas pessoas que aprendem com o amor dos corpos envolvidos.
D) Livros dos Profetas Maiores. 5 Livros.
1º Livro. Isaias.
Autor – Isaias filho de Amoz.
O Livro de Isaías é um livro profético do Antigo Testamento. É uma peça central da literatura profética do VT, na Bíblia.[1][2] Sua importância é refletida também no Novo Testamento, considerando-se que há mais de 400 referências diretas ao livro, feitas pelos evangelistas e apóstolos.
O forte caráter e ênfase messiânicos percebidos em toda a extensão do documento, muito provavelmente colaboraram para conceder ao livro tamanha proporção referencial entre os autores do Novo Testamento. Por causa disto também, Isaías recebeu o epíteto de "o quarto evangelista".
Em seus dias, Isaías viveu e narrou a tensão política e militar que o território de Israel experimentava, com eventos decorrentes principalmente de um panorama marcado por intensas e contínuas atividades bélicas e expansionistas que estavam sendo realizadas pela monarquia egípcia, ao sul, e pelos caldeus, ao Leste.
O início do ministério profético de Isaías situa-se em 754 A.C., coincidindo com 2 datas históricas precisas: a morte do rei Uzias de Judá, e a fundação de Roma.
Isaías, filho de Amoz (não Amós, o profeta vaqueiro), nasceu por volta de 765 AC[3] e viveu na corte dos reis de Judá. Há indicações de que talvez fosse primo de Uzias. Escriba e relator dos anais históricos da casa davídica, tinha preeminência e liberdade suficiente para transitar próximo ao poder político e tomar conhecimento, em primeira mão, das políticas e estratégias do Estado monarca judeu.
Letrado, culto e politicamente privilegiado, pode ter feito parte da casta sacerdotal de Jerusalém.
Em 740 AC, ano da morte do Rei Ozias (ou Azarias), ele recebeu sua vocação profética, e exerceu seu ministério por quarenta anos, numa época de crescente ameaça que a Assíria fazia pesar sobre os Reinos de Israel e Judá,[3] durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, e provavelmente também, durante seus últimos oito anos de vida, sob a opressão maligna do reinado de Manassés, que mandou serrar Isaías ao meio quando o profeta tinha 92 anos de idade, segundo um livro apócrifo do século I DC, Vidas dos Profetas, escrito por um anônimo judeu da Palestina.[4]
Embora a teologia tradicional judaico-cristã defenda a existência de um único autor, respaldada por Eclesiástico 48:24-25, existem fortes evidências de que o livro foi obra de mais de um autor, merecendo destaque o início do capítulo 40, onde se verifica a descontinuidade entre o Primeiro e o Segundo Isaías, pois ocorre uma mudança abrupta do séc. VIII AC para o período do Exílio na Babilônia (séc. VI AC), não se fala mais uma única vez de Isaías e a Assíria é substituída pela Babilônia, cujo nome é mencionado com frequência, assim como o nome de Ciro, rei dos medos e persas.avendo estudos que indicam que dos 66 capítulos do livro, menos de 20 foram escritos pelo profeta do século VIII AC que viveu durante os governos dos reis Joatão (739-734 AC), Acaz (734 ou 733 - 716 AC) e Ezequias (716 ou 715 - 699 ou 698 AC), estando tais capítulos concentrados na primeira parte do livro, que engloba os caps. 1 a 39, também conhecida como Proto-Isaías ou Primeiro Isaías.
Portanto, o Livro de Isaías é uma coletânea de oráculos proféticos de épocas bem diferentes, cuja redação final deve ter acontecido por volta de 400 AC, ou mesmo mais posteriormente. Trezentos anos depois da morte de Isaías ainda se atualizavam suas palavras, pois mesmo os oráculos da época dele foram relidos na perspectiva pós-exílica. O horizonte de leitura do livro completo de Isaías é o da época persa e da comunidade judaica pós-exílica.[4]
O livro que traz o nome de Isaías pode ser dividido em três grandes partes:
Os capítulos 1 a 39 contêm a mensagem do profeta chamado Isaías, cuja preocupação central é a santidade de Deus, ou seja, só Deus é absoluto. Em meio a grandes mudanças políticas internacionais, Isaías condena a aliança com as grandes potências, mostrando que a nação só será salva se permanecer fiel a Deus e ao seu projeto, no qual a justiça é o valor supremo. Assim, uma espiritualidade baseada na santidade de Deus conduz o profeta a uma fé política, que combate os ídolos presentes na sociedade. Ele fala também do Emanuel (7,14), no qual o Novo Testamento viu Jesus Cristo, que veio ao mundo para salvar o seu povo, mais especificamente, pode-se subdividir esta parte em quatro etapas cronológicas:
os capítulos 1 a 5 têm como foco a corrupção moral que a prosperidade tinha provocado em Judá e refletem o período até a subida de Acaz ao trono em 736 AC;
no período seguinte o rei de Damasco: Rason e o rei do Reino de Israel Setentrional: Facéia chama o jovem Acaz a se aliar com eles contra o rei da Assíria: Teglat III, Acaz se alia à Assíria e é atacado;
Judá sob a tutela da Assíria, destruição do Reino de Israel Setentrional em 721 AC, Ezequias sucede Acaz em 716 AC, aliança com o Egito contra a Assíria;
revolta contra a Assíria, Senaquerib arrasa a Palestina em 701 AC, Jerusalém resiste.
Mesmo essa primeira parte não pode ser atribuída inteiramente ao Isaías histórico: os óraculos contra as nações estrangeiras (caps. 13 e 23), incorporam trechos posteriores, em particular os caps. 13 e 14 que são do tempo do Exílio na Babilônia, também são de composição posterior o Apocalipse de Isaías (caps 24 a 27), que não é anterior ao séc. V AC, e os caps 33 a 39.[7]
Outra possível subdivisão destes primeiros 39 capítulos seria na forma do seguinte sumário:[8]
cap. 1 - Introdução ao conjunto do livro;
caps. 2 a 12 - Profecias sobre Israel e Judá;
caps. 13 a 23 - Oráculos sobre as nações estrangeiras;
caps. 24 a 27 - Apocalipse de Isaías;
caps. 28 a 33 - Oráculos de promessas e ameaças sobre Israel e Judá; (semelhante aos caps. 02 a 12);
caps. 34 a 35 - Outros fragmentos apocaliptícos,que provavelmente foram escritos pelo Segundo Isaías, no tempo do Exílio na Babilônia;[5]
caps. 36 a 39 - Relatos sobre a atividade de Isaías no momento da campanha de Senaquerib contra Jerusalém.
Na época de Isaías, as pessoas frequentavam o Templo, mas para o profeta isso não basta, pois encher o Templo com iniquidade e solenidade é um erro enorme (1:10-20), isso porque as pessoas que levam oferendas para Iahweh são as mesmas que não se importam em fazer o direito (mishpât) funcionar, que não fazem justiça ao desprotegido órfão e à abandonada viúva. Isaías, em um dos textos proféticos mais violentos contra um culto que funciona só para mascarar as injustiças que se cometem no dia-a-dia, pede aos príncipes de [Sodoma_e_Gomorra|[Sodoma]] e ao povo de - na verdade, de Jerusalém - para ouvirem a palavra de Iahweh:[4]
10 Escutem a palavra de Javé, chefes de Sodoma; preste atenção ao ensinamento do nosso Deus, ó povo de Gomorra:
11 Que me interessa a quantidade dos seus sacrifícios? - diz Javé. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos. Não gosto do sangue de bois, carneiros e cabritos.
12 Quando vocês vêm à minha presença e pisam meus átrios, quem exige algo da mão de vocês?
13 Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembléias… não suporto injustiça junto com solenidade. (1:10-13).
16 Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista as maldades que vocês praticam. Parem de fazer o mal,
17 aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. (1:16-17)
O profeta denuncia o comportamento dos ricos e latifundiários, dos que vivem em grandes festas custeadas pelo trabalho dos pobres, dos que exploram o povo negando-lhe a justiça e dos que se fazem grandes e importantes vivendo em grandes banquetes (5:8-24).
Ai daqueles que juntam casa com casa e emendam campo a campo, até que não sobre mais espaço e sejam os únicos a habitarem no meio do país. (5:8)
Nesse aspecto destaca-se sua semelhança com o profeta Amós, até porque eles são quase contemporâneos: Amós é de 760 AC e Isaías inicia sua atividade em 740 AC. A problemática social era a mesma para ambos, embora Amós fosse um camponês e Isaías um homem culto ligado à corte, ambos atacam os grupos dominantes da sociedade: autoridades, magistrados, latifundiários, políticos.
Isaías é duro e irônico com as damas da classe alta de Jerusalém (3:16-24), assim como Amós o fora com as madames de Samaria em Am 4:1-3, além disso Isaías defende, com paixão, órfãos, viúvas, oprimidos, o povo explorado e desgovernado pelos governantes, denuncia igualmente a máscara da religião que encobre a injustiça (1:10-20), do mesmo modo que Amós em (2:6-16), (4:4-5) e 5:21-27.[4]
Nessa época ocorreu uma grande crise política e militar em Judá, provocada pela crescente ameaça do Império Assírio e pelos muitos erros do governo de Judá. Era o tempo da política expansionista do rei Teglat-Falasar III, iniciada em 745 AC, que implicava numa grave ameaça para os pequenos reinos da região. Israel Setentrional, Damasco e outros da região tornaram-se tributários da Assíria. Golpes de Estado em Israel, alianças contra ou a favor da Assíria faziam parte da política internacional da época.[4]
Facéia, um rei golpista , de Israel, fez uma aliança com o Damasco e ambos decidiram invadir Judá, derrubar Acaz e colocar um estrangeiro em seu lugar, para usar o reino do sul numa coalizão militar contra a Assíria, trata-se da Guerra Siro-efraimita, iniciada em 734 AC. Acaz pede o auxílio da Assíria e Teglat-Falasar III tomou Damasco e 3/4 de Israel, restando apenas a Samaria que, posteriormente (em 722 AC), foi tomada pelas tropas assírias de Salmanasar V e de Sargão II.[4]
Como preço pelo auxílio da Assíria, Judá perdeu sua independência, Acaz viu-se obrigado a reconhecer os deuses assírios como seus libertadores e a prestar-lhes culto, apresentar-se a Teglat-Falasar III para prestar-lhe obediência e pagar pesados tributos, o que resultou num aumento os impostos pagos pelo povo, aumentando as injustiças que antes já eram denunciadas por Isaías. Nesse contexto, a religião oficial procurava encobrir os problemas com grandes festas.[4]
Alguns teólogos denominam a parte do Livro de Isaías compreendida entre o início do cap. 7 até o sexto vers. do cap. 12 (7:1-12:6) como Livro do Emanuel (7:14), estima-se que essa parte da obra foi escrita e, portanto, deve ser interpretada no contexto da Guerra Siro-efraimita e da conseqüente dependência da Assíria. São seis capítulos organizados pelo redator do livro de Isaías em torno de três temas:[4]
os sinais, como o do menino que vai nascer (7:14-15);
o binômio invasão/libertação, que aparece em vários textos;
o significado de nomes próprios.
O início do cap. 7 (7:1-17), revela a esperança do profeta em Ezequias. É um texto que deve ser lido considerando-se a existência de dois blocos diatintos:[4]
O primeiro bloco (7:1-9), relata o encontro de Isaías com Acaz, às vésperas da Guerra Siro-efraimita, em 734 ou 733 AC. Quando os reis de Damasco e de Samaria planejam invadir Judá para depor Acaz e no seu lugar colocar um rei não-davídico - o filho de Tabeel - que envolveria o país na coalizão contra o Império Assírio, Isaías vai ao encontro de Acaz, que está cuidando das defesas de Jerusalém.
O segundo bloco (7:10-17) relata novo encontro de Isaías com Acaz, desta vez, talvez, no palácio, no qual o profeta oferece ao rei um sinal de que tudo se arranjará diante da ameaça siro-efraimita. Com a recusa do rei em pedir um sinal a Iahweh, Isaías muda de tom e relata a Acaz que Iahweh, por própria iniciativa, dar-lhe-á um sinal, que consiste no seguinte: a jovem mulher dará à luz um filho, seu nome será Emanuel (Deus-conosco) e ele comerá coalhada e mel até que chegue ao uso da razão.
É razoável concluir que a jovem mulher seja jovem rainha, mãe de Ezequias, considerando-se que Isaías falou a Acaz nos primeiros meses de 733 AC, e Ezequias teria nascido no inverno de 733-32 AC.
Isaías volta a falar de Ezequias no início do cap. 9 (8:23b-9:6), pois este início de capítulo deve compreendido em conjunto com o final do cap. 8, no qual menciona as três regiões de Israel conquistadas entre 734 e 732 AC por Teglat-Falasar III, que são: Zabulon (caminho do mar), Neftali (o além-Jordão) e a Galiléia (o território das nações). Isaías fala destas regiões para despertar a esperança: Iahweh, que humilhou estas terras, as cobrirá de glória. E o povo, que vivia nas trevas e na tristeza, viverá na luz e na alegria. Uma alegria enorme, que é causada pelo fim da opressão (o jugo, a canga e o bastão do opressor foram quebrados), pelo fim da guerra (a bota e o uniforme militar foram queimados) e, principalmente, pelo nascimento de um menino em Judá.
Este menino é um personagem da casa real, de acordo com os quatro títulos que lhe são atribuídos em 9:5, títulos que parecem ser características sobre-humanas e messiânicas, mas que podem caber bem aos reis, segundo a mentalidade da época: a sabedoria do rei na administração (Conselheiro), sua capacidade militar (Deus-forte), zelo pela prosperidade do povo (Pai), preocupação com a felicidade do povo (Príncipe-da-paz), além disso 9:6 esclarece que este menino é da "casa de David" e caracteriza suas ações: governará com direito e justiça, e, por isso, deve tratar-se de Ezequias.
Isaías volta a referir-se a Ezequias no início do cap. 11 (11:1-9), pois o ponto de referência do profeta continua sendo um rei da época, descendente de David, que salvaria o país da catástrofe. O texto fala de um personagem régio (11:1), de suas qualidades (11:2), de sua atuação (11:3b-5), da instauração de uma nova realidade (11:6-8) para concluir que então haverá em Israel conhecimento de Iahweh.
Este personagem esperado, fiel a Iahweh, vai instaurar um reino de justiça e paz, onde o pobre e o oprimido serão protegidos contra a prepotência dos poderosos. Justiça e paz que são simbolizadas, no poema, pela convivência harmoniosa de animais selvagens e domésticos. A identificação deste personagem da família davídica é problemática. Alguns acreditam que o poema trata da utopia profética de Isaías por ocasião da coroação de Ezequias como rei em 716 ou 715 AC. Outros defendem que se Ezequias fora o objeto da esperança de Isaías de tirar o país da crise, como aparece em 7:1-17 e 8:23b-9:6, agora, decepcionado com sua política pró-egípcia que acaba provocando a invasão do assírio Senaquerib, pensa em alguém que no futuro possa resgatar Israel.
Ezequias tomou posse como rei em em 716 ou 715 AC, após a morte de seu pai Acaz, e aproveitou a pouca vigilância assíria para fazer uma reforma em Judá. Foi uma reforma religiosa, social e econômica, na qual defendeu os artesãos dos exploradores, com a criação de associações profissionais, retirou do Templo de Jerusalém os símbolos idolátricos e construiu um novo bairro em Jerusalém, para abrigar os refugiados de Israel. Entretanto, em 701 AC Senaquerib destruiu 46 cidades fortificadas de Judá e sitiou Jerusalém.[4]
Os capítulos 40 a 55 foram escritos por profeta anônimo, comumente chamado Segundo Isaías ou Dêutero Isaías, que iniciou a pregação após 550 AC, no final da época do Exílio na Babilônia, quando ocorriam as primeiras vitórias de Ciro,presentando uma mensagem de esperança e consolação. O fim do exílio, de sete semanas de anos (587AC - 538AC), é visto como um novo êxodo e, como no primeiro, Javé será o condutor e a garantia dessa nova libertação. O povo de Deus convertido, mas oprimido, é denominado Servo de Javé, ou o próprio Segundo Isaías segundo outra interpretação.[10] O Novo Testamento, a partir de uma interpretação do judaísmo messiânico, atribui esse título a Jesus, o justo que sofreu e morreu para nos libertar. A comunidade, depois de convertida e libertada, se tornará missionária, luz para que as nações se voltem para o verdadeiro Deus.
O Segundo Isaías, pode ser subdividido em duas partes:
Caps. 40-48 - Queda da Babilônia, libertação por Ciro;
Caps. 49-55 - Restauração de Sião, insistência no universalismo da salvação.
Servo de Deus - o Segundo Isaías emprega a palavra servo dezenove vezes no sentido de Servo de Deus, em catorze casos, este servo recebe como nome próprio: Israel ou Jacó, como forma de referir-se ao povo de Israel em seu conjunto.[11]
Os capítulos 56 a 66 são atribuídos ao Terceiro Isaías ou Trito-Isaías. Apresentam uma coleção de oráculos anônimos que procuram estimular a comunidade que veio do Exílio na Babilônia e se reuniu em Jerusalém com os que estavam dispersos. Condena os abusos que começam de novo a aparecer e mostra qual é o verdadeiro jejum (58,1-12) necessário para que haja novos céus e nova terra.
O Terceiro Isaías não é um autor único, esta parte é uma coletânea diversificada: o Salmo de 63:7-64:11 parece anterior ao fim do Exílio na Babilônia, enquanto que o oráculo de 66:1-4 é contemporâneo da reconstrução do Templo, aproximadamente em 520 AC, os caps. 60 a 62 aparentam-se com o Segundo Isaías, os caps 56-59 devem datar do séc. V AC, os caps. 65 e 66, com exceção de 66:1-4, poderiam datar da época grega ou da época imediatamente posterior ao Exílio.
2º Livro. Jeremias.
Autor - Jeremias
Mensagem central do Livro; O Livro de Jeremias é o segundo dos livros dos principais profetas da Bíblia. Os capítulos 1 a 24 registram muitas das suas profecias. Os capítulos 24 a 44 relatam suas experiências. Os remanescentes contém Profecias contra as nações. É provável que seu auxiliar, Baruque, tenha reunido e organizado grande parte do livro. Na história de Babel, foi usado o método Atbash de criptografia.
Jeremias (em hebraico: יִרְמְיָהוּ, Yirməyāhū) foi um profetahebreu conhecido por sua integridade e discursos duros contra o pecado.
Filho do sacerdote Hilquias (ou Helcias), da Tribo de Benjamim[1][2], nasceu entre 650 a.C. e 640 AC[3] em Anadote da Tribo de Benjamim[3], um pequeno povoado a nordeste de Jerusalém, e morreu no Egito, em 580 a.C.. Foi sacerdote[4] do povoado de Anadote e previu, segundo a Bíblia,[5][6] entre outras coisas, a invasão babilônica - Nabucodonosor atacou Israel em 597 a.C. e novamente em 586 a.C. (ou 607 a.C., segundo a cronologia dos Testemunhas de Jeová), quando os caldeus destruíram Jerusalém e queimaram o Templo.
O significado do nome é incerto, existindo duas teses aceitáveis: "Iahweh exalta", "Iahweh é sublime" ou "Iahweh abre (=faz nascer)", era um nome bastante comum nos tempos bíblicos, são conhecidos pelo menos sete personagens com este nome que é empregado 158 vezes na Bíblia.
Embora de família sacerdotal, está ligado às tradições proféticas do Norte, principalmente a Oséias, e não às tradições do sacerdócio e da corte de Jerusalém. Como Miquéias, ele pertence ao mundo camponês. De maneira crítica, ele traz consigo a visão dos camponeses sobre a situação do país].
Acredita-se que o livro tenha começado a ser escrito por volta de 605 a.C., quando Jeremias, preso, começa a ditá-lo a seu secretário Baruc (36:1.2.4)[8], no quarto ano do reinado de Jeoaquim, quando iniciou-se efetivamente o ministério do profeta, e Deus teria lhe ordenado que escrevesse suas experiências num rolo. Contudo, a obra só foi completada após a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, sendo que os acontecimentos narrados não se acham em ordem cronológica no livro.
Por outro lado, a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que a atividade profética de Jeremias se iniciou entre os anos de 626 ou 627 AC[3] (1:2; 25:3), quando ele ainda era jovem (1:6)[9] e prosseguiu até 586 AC, e pode ser dividida em quatro períodos[1][3]:
Com apenas oito anos de idade, Josias foi nomeado rei pelo "povo da terra", expressão que indica a camada rural da sociedade[1]. No início deste reinado, Jeremias proclamou um julgamento contra Israel e Judá por causa de sua infidelidade a Iahweh e sua adesão a outros deuses (idolatria), especialmente os deuses que garantiam a fertilidade da natureza, os chamados baalim[3].
No âmbito internacional, a situação política está mudando rapidamente: a Assíria, grande potência da época, se enfraquece cada vez mais. Josias, já maior de idade, aproveita esse enfraquecimento para realizar ampla reforma e procura tomar o território que antes era do Reino de Israel Setentrional, e que pertencia à Assíria desde a queda de Samaria em 722 AC[1].
Josias deixa de pagar os impostos cobrados pelos dominadores e promove a reforma religiosa (cf. 2Rs 22,1-23,27), na qual tenta eliminar todos os ídolos do país e estabelecer novo relacionamento social centrado na Lei[1]. Estranhamente Jeremias não faz nenhuma alusão a esta reforma social e religiosa[3].
Foi um período de prosperidade e otimismo, por isso Jeremias emite bom conceito sobre Josias (Jr 22,15-16)[1].
Foram escritos neste período: 2:1-4:4 e 30:1-31:37[3].
Com a decadência da Assíria (queda de Nínive em 612 AC[10]), outros povos entram no cenário: citas, medos, babilônios e também os egípcios que tentam ressurgir depois de um período decadente. Com isso, a Palestina volta a ser palco de disputas políticas e militares. Josias morre em Meguido[10], em 609 AC (2Rs 23:29), quando tenta impedir a incursão do FaraóNecao, que procura deter o avanço da Babilônia.
Necao depõe Joacaz, que sucedera Josias, e coloca no trono de Judá o despótico Joaquim. O povo detestava Joaquim, e Jeremias critica violentamente esse rei (Jr 22,13-19). É dessa época o famoso Discurso sobre o Templo (Jr 7,1-15; cf. cap. 26), que quase custou a vida do profeta[1].
O Discurso contra o Templo, que foi conservado em duas versões: 7,1-15 e 26,1-24. O primeiro destaca o conteúdo, o segundo as circunstâncias do discurso. Ocorreu entre setembro de 609 e abril de 608 AC, quando Jeremias colocou-se no pátio do Templo e denuncia a confiança da população judaíta no Templo de Iahweh como falsa e previu a destruição do santuário, tal qual outrora acontecera com Silo.
Na opinião dos sacerdotes do Templo, Jeremias cometera uma dupla blasfêmia: falara em nome de Iahweh e falara contra a casa de Iahweh. Jeremias confirmou suas palavras perante o tribunal e só não morreu porque alguém se lembrou do profeta Miquéias, que, um século antes, pregara destino parecido para o Templo e para a cidade e nada sofrera.
No começo de seu governo, Joaquim preocupa-se em construir um novo palácio, exatamente no momento em que a crise econômica se agravava, pois Judá estava obrigado a pagar tributos ao Egito. Jeremias denuncia o governo de Joaquim como ganancioso, assassino e violento (22:13-19), pois não cumpre sua função real de exercer a justiça e o direito e de proteger os mais fracos, e vai dizer ao rei que ele, quando morrer, nem merece ser sepultado, mas como um jumento deverá ser jogado para fora das muralhas de Jerusalém, pois, ao contrário de seu pai, Joaquim "não conhece Iahweh".
A Babilônia surge como grande potência, sob o reinado de Nabucodonosor. Jeremias adverte os israelitas que os babilônios, em breve, invadirão o país (4:5-6:30; 5:15-17; 8:13-17). Possivelmente por volta de 605 AC, quando Nabucodonosor venceu o FaraóNecao II e ameaçou Judá, o profeta foi ao pátio do Templo e anunciou a destruição de Jerusalém (19:14-20,6), e, por isso, foi preso por Fassur, chefe da guarda do Templo, surrado e colocado no tronco por uma noite. Depois disso, foi-lhe proibida (36,5), a entrada no Templo[3].
Assim mesmo, Jeremias continua denunciando o povo que se esqueceu de Deus, por falsear o culto, pela falsa segurança, pelas idolatrias e pelas injustiças sociais. E aponta os principais responsáveis: são as pessoas importantes que detêm o poder em Jerusalém (rei, ministros, falsos profetas, sacerdotes)[1], para isso convoca o escriba Baruc e dita-lhe os oráculos de julgamento contra a nação (36:1-32), no quarto ano do governo de Joaquim, em 605 AC.
Em dezembro de 604 AC Jeremias manda Baruc ler o livro, em um momento em que Nabucodonosor atacava a cidade filistéia de Ascalon, vizinha de Judá, é o momento em que o profeta alerta: O "inimigo do norte" está às portas, ou a conversão ou a destruição.
Joaquim mandou queimar o escrito e prender Jeremias e Baruc (36:21-26), que se esconderam e não foram achados. Posteriormente, Jeremias manda que Baruc escrever tudo de novo e ainda acrescenta ao livro outras palavras (36,27-32).
Jeremias também luta para desmascarar os falsos profetas (14:13-16; 23:13-40) que, segundo o profeta: falam em seu próprio interesse, fortalecem as mãos dos perversos, para que ninguém se converta de sua maldade, seduzem o povo com suas mentiras e seus enganos, roubando um do outro a palavra de Iahweh[3].
O profeta estava com a razão, e sua visão realista se confirmou: em 598 AC, o exército babilônio estava às portas de Jerusalém. Nessa época, o rei Joaquim morreu, provavelmente assassinado. Seu filho e substituto Jeconias, não teve tempo para nada: após três meses Jerusalém era invadida. Então o profeta, juntamente com parte da elite judaica, foi levado para o Exílio na Babilônia em 597 AC. Sedecias, tio de Jeconias, foi instalado por Nabucodonosor, para reinar em Jerusalém[1].
Jeremias apregoara que este castigo seria decorrente ruptura da aliança. Em Judá, Jeremias só via rebeldia contra Iahweh, levando o povo a maldades e crimes sem conta. Não havia o mínimo "conhecimento de Deus", que só é possível através da prática do direito, da justiça, da solidariedade. Os poderosos tramam sistematicamente contra o povo, todos buscam desesperadamente a riqueza e não há paz. A mentira domina, desde o ensinamento dos profetas à lei dos sacerdotes, levando o país ao caos. Todos se tornam inimigos de todos. Impera a idolatria. O fim será trágico, segundo os capítulos 8 e 9 de Jeremias.
Jeremias constata a ausência do direito e da verdade entre as pessoas comuns (5:1), mas maior corrupção encontra entre os grandes e poderosos, que não agem mal por ignorância, senão por determinação consciente e persistente (5:4-5). Quanto mais a crise nacional se aprofunda, mais os líderes se recusam a encontrar soluções. Só procuram satisfazer seus interesses imediatos e deixam o país afundar: "Eles cuidam da ferida do meu povo superficialmente, dizendo: 'Paz! Paz!', quando não há paz", (6:14).
Em 5:26-28 são descritos os poderosos e suas armadilhas para apanhar o povo e escravizá-lo impunemente[3].
Sedecias assume o trono com 21 anos de idade, para dirigir um Judá arruinado, com várias cidades destruídas e uma economia desorganizada[3], se submete aos babilônios e se mostra indeciso. Nesse momento surge uma disputa para determinar a identidade do Povo de Deus entre aqueles que foram para o Exílio na Babilônia e aqueles que ficaram em Judá[1].
O profeta se nega a participar de uma visão simplista (cap. 24) e coloca o assunto dentro da política realista: Sedecias e a corte de Jerusalém são incapazes de salvar o povo do desastre. Por isso os deportados ainda são os que podem trazer esperança, pois estão aprendendo uma dura lição. Essa idéia leva Jeremias novamente para a prisão[1].
Pressionado por seus oficiais, Sedecias tenta armar uma revolta contra a Babilônia, que, fracassa, conforme previsto por Jeremias. Jerusalém é sitiada pelos babilônios, nesse momento, Jeremias também vê nos camponeses uma luz salvadora (32,15). Em 587 AC ocorre a segunda deportação[1].
Em 586 AC, Nabucodonosor resolve destruir Jerusalém totalmente: incendeia o Templo, o palácio, as casas e derruba as muralhas. Mas permite que Jeremias fique no país, então, o profeta vai viver com Godolias, novo governador da Judéia[1].
Nesse mesmo ano, Godolias é assassinado por um grupo antibabilônico, que se vê forçado a fugir para o Egito, obrigando Jeremias a ir com eles. Esse grupo passa a residir na cidade de Táfnis, cidade situada a leste do Delta do Nilo, onde passa a repreender a idolatria que seus conterrâneos ali praticavam (40,7-44,30).
Segundo o apócrifo Vida dos Profetas, escrito por um judeu da Palestina no séc. I DC Jeremias foi apedrejado e morto por seus conterrâneos quando residia no Egito[3].
Pode-se dizer que a missão de Jeremias fracassou em querer que seu povo retornasse à genuína aliança com Deus. Ele se tornou uma espécie de Moisés fracassado, que viu seu povo perder suas instituições e a própria terra. Se apresenta como um grande solitário (15:17), incompreendido e perseguido até pelos membros de sua família (12:6; 20:10; 16:5-9), nunca chegou a ser pai (16:1-4), foi arrastado contra a sua vontade para o Egito, nenhum vestígio restará de sua tumba.
No entanto, sua confiança no Deus que é sempre fiel lhe deu a capacidade de mostrar, ao povo e a nós, que esse mesmo Deus manterá seu relacionamento conosco, sem precisar de instituições mediadoras (31,31-34). Ao colocar em primeiro plano os valores espirituais, destacando o relacionamento íntimo que a alma deve ter com Deus, ele antecipou elementos da Nova Aliança; e sua vida de sofrimentos a serviço de Deus, pode ter inspirado o Segundo Isaías na construção da Imagem do Servo (Isaías 53)[
Há quatro tipos de textos no livro de Jeremias:
Oráculos em forma de poesia, como 4:5-6:30;
Relatos autobiográficos ou Confissões de Jeremias, em verso ou prosa, como 1:4-19; 11:18-12:6; 15:10-21; 17:14-18; 18:18-23 e 20:7-18, que não chegam a ser uma autobiografia, mas um testemunho comovente, com o estilo empregado no Livro das Lamentações[12].
Relatos biográficos em terceira pessoa, atribuídos a Baruc, que não se encontram em ordem cronológica, entretanto, por meio da seguinte sequência de trechos: 19:1-20:6; 26; 45; 28-29; 51:59-64; 34:8-22; 37-44, pode-se fazer uma leitura destes na ordem cronológica[12].;
Discursos em prosa, em número de 10, de autoria incerta, mas que muitos atribuem aos mesmos autores de Josué, Juízes, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, a chamada Obra Histórica Deuteronomista (OHDtr), possivelmente composta por levitas, como 7:1-8.
As longas seções em prosa que ora estão na forma de diálogo e em outras ocasiões como narrativa, embora grande parte da obra esteja esteticamente formatada com forte presença das então denominadas metáforas vivas, utilizando-se com muita habilidade o idioma hebraico.
Segundo alguns estudiosos, o simbolismo utilizado pelo profeta serviria para personificar a sua mensagem, conforme se vê em várias passagens, como a do cinto estragado ou na aquisição de uma propriedade em Anatote.
a obra contém discursos em prosa com estilo semelhante ao Deuteronômio cuja a redação pode ser uma obra de discípulos posterior ao Exílio na Babilônia, no séc. VII AC ou começo do séc. VI AC[10];
o longo Óraculo contra a Babilônia (caps. 50 e 51) também data do final do Exílio;
o cap. 52 é um apêndice histórico paralelo a 2Rs 24:18-25:30.
1:1-24:14 - Oráculos contra Judá;
26:1-45:5 - Oráculos de Salvação para Israel e Judá e relatos biográficos (provavelmente redigidos por Baruc);
25:15-38 (Introdução) e 46:1-51:64 - Oráculos contra as nações estrangeiras; (na Septuaginta não há descontinuidade entre a introdução e o restante desta parte da obra, pois todo o corpo dos "Oráculos contra as nações estrangeiras" inicia-se no cap 25 e é anterior aos "Oráculos de Salvação para Israel e Judá";
52:1-34 - Anexo baseado em 2Rs 24:18-25:30.
O livro de Jeremias passou por um longo e complicado processo de formação. Oráculos (= palavras proféticas) isolados foram sendo reunidos ao longo dos anos, de modo que temos hoje uma antologia da pregação de Jeremias e não uma obra perfeitamente planejada. Mais precisamente, pode-se dizer que temos uma antologia de antologias, em um processo que começou ainda durante a vida de Jeremias e prosseguiu ao longo da época pós-exílica[3].
A Septuaginta tem um texto de Jeremias bem mais curto do que o Texto Massorético, além de colocar vários oráculos noutra ordem. Isso permite supor que existiram dois textos independentes de Jeremias: um mais antigo e mais curto, que se perdeu, e que serviu de base para a Septuaginta; outro, mais recente, que recolheu vários acréscimos, e que nos foi transmitido pelos massoretas (= os rabinos "transmissores" do texto hebraico)
As "confissões" são diálogos com Iahweh, lamentos, orações, disputas, que ocorreram durante o governo de Joaquim, quando que Jeremias mais sentiu o peso de sua missão. Obrigado a ser do contra, a pregar a desgraça para o seu povo, a remar contra a corrente, ameaçado, rejeitado, caluniado, desprezado, ele se lamenta, amaldiçoando até mesmo o dia em que nasceu.
É possível que tenham sido escritos em 605 AC como um desabafo, podem ser lidos como uma síntese das crises vividas pelo profeta desde o começo de sua atividade. São 5 trechos:
Jr 11:18-12:6 - Lamenta que seus conterrâneos e familiares tentaram matá-lo em Anatot, quando jovem e questiona porque persiste a prosperidade dos ímpios e a paz dos apóstatas, daqueles que vivem falando em Iahweh, mas na verdade estão muito longe dele, daqueles que têm uma fachada de piedade, mas não estão, de fato, com Iahweh.
Jr 15:10-11.15-21 - Questiona se vale a pena ser profeta e confessa estar sendo tentado a desistir, aceitar a cooptação, "ser normal", passar para o lado daqueles a quem ele critica para sair da solidão a que é obrigado a viver.
Jr 17:14-18 - Apela a Iahweh contra os seus perseguidores que lhe cobram a realização da palavra por ele pregada, se sente desacreditado perante seus ouvintes, porque as desgraças prometidas não acontecem.
Jr 18:18-23 - Denuncia nova trama contra a sua vida, seus adversários argumentam que podem tranqüilamente eliminá-lo, já que tem apoio dos sacerdotes, dos sábios e dos profetas ligados aos interesses da corte. Fica triste ao perceber que estes que querem eliminá-lo são os mesmos a quem ele tantas vezes defendeu diante de Iahweh.
Jr 20:7-10.14-18 - Usando fortes imagens, chega ao máximo de sua angústia, acredita que Iahweh o enganou: o seduziu para ser profeta e o dominou, para depois abandoná-lo, quando todos querem sua queda, inclusive seus amigos e por isso, ele quer parar de ser profeta, mas o problema é que não consegue, pois as palavras de Iahweh queimam-no como fogo que atinge até os ossos. Então, amaldiçoa o dia em que nasceu: "Maldito o dia em que eu nasci! (...) Maldito o homem que deu a meu pai a boa nova: 'Nasceu-te um filho homem!' (...) porque ele não me matou desde o seio materno, para que minha mãe fosse para mim o meu sepulcro e suas entranhas estivessem grávidas para sempre. Por que saí do seio materno para ver trabalhos e penas e terminar os meus dias na vergonha?".
3º Livro. Lamentação de Jeremias.
Autor - Jeremias
Mensagem central do Livro; é uma continuação do livro de Jeremias.
O Livro das Lamentações ( איכה ʾēḫā(h), Eikha ou Eiká, cuja tradução literal é "Como!", ou ainda "Oh!"[1]) é um livro que faz parte da subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Maiores, nas Bíblias Cristãs.
Livro cuja autoria é tradicionalmente atribuída ao profetaJeremias, quando com os próprios olhos via a destruição da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia[2], por volta do ano 589 a.C. São cantos fúnebres que descrevem, de modo doloroso e poético, a destruição de Jerusalém pelos babilônicos em 586 AC, e os acontecimentos que se sucederam a essa catástrofe nacional: fome, sede, matanças, incêndios, saques e exílio forçado (cf. 2Rs 24-25).
Esses poemas retratam a angústia de um povo humilhado, que faz exame de consciência, grita de arrependimento e suplica perdão. Mostram o povo em situação desesperada, que perdeu tudo, menos a fé. Uma lembrança continua presente: Deus é o Senhor de tudo e de todos. E, o que é melhor: ele não abandona o seu povo para sempre, e está pronto para agir com misericórdia. Então o desespero cede lugar à oração, a uma confiança invencível, mesmo quando já não existe motivo para nenhuma esperança.
As Lamentações são usadas na Liturgia da Igreja Católica por ocasião da Semana Santa, para lembrar o sofrimento de Jesus. A tradição popular conservou, durante a procissão da Sexta-feira Santa, no canto da Verônica, um trecho das Lamentações, posto na boca de Jesus: "Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor semelhante à minha dor?" (1,12)[3].
Os judeus recitam o livro no grande jejum que lembra a destruição do Templo de Jerusalém[4], no dia 9 do quinto mês do Calendário judaico (ab)[1].
Os caps. 1, 2 e 4 são cantos fúnebres, semelhantes a 2Sm 1:17ss[1], o cap. 3 é uma lamentação individual e o cap. 5 é uma lamentação coletiva, também conhecida como Oração de Jeremias[4].
Os quatro primeiros poemas são alfabéticos, ou seja, as primeiras letras dos 22 versículos correspondem às 22 letras do Alfabeto hebraico colocadas em ordem, havendo uma pequena diferença na ordem do alfabeto observada no primeiro capítulo e a ordem observada nos três capítulos seguintes. Merecendo destaque o fato de que no terceiro poema, o alfabetismo é tríplice, ou seja, a letra correspondente a cada verso é empregada no início das três primeiras palavras de cada verso[1].
A atribuição da autoria à Jeremias é questionada, pois Jeremias, tal como é conhecido por seus oráculos, autênticos não poderia ter dito que a inspiração profética tinha se esgotado (2:9), nem louvar Sedecias (4:20 x Jr 24:8), nem esperar auxílio do Egito (4:17 x Jr 37:5-7), nem apoiar a doutrina da dívida pelos pecados dos pais (5:7 x Jr 31:29-30; 5:6 x Jr 2:18)[1] além disso seu gênio espontâneo é incompatível com o estilo erudito dos poemas que estão no Livro das Lamentações[4], havendo quem sustente que foram escritas por adversários de Jeremias.
4º Livro. Ezequiel.
Autor – Ezequiel.
Mensagem central do Livro; Ezequiel é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia.[1][2] Possui 48 capítulos.
Ezequiel, era um sacerdote[3] que foi chamado para profetizar durante o Exílio do povo judeu na Babilônia, tendo exercido sua atividade entre os anos 593 a 571 AC[3]. Diz-se que fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do Rio Kebarque corta a cidade de Babilônia.
São curiosas as visões que o profeta teve sobre a glória de Deus e os sinais que aconteceram em sua própria vida demonstrando a ação de Deus são fortes e marcantes. Ezequiel perdeu a sua esposa como sinal da queda de Jerusalém.
A comunidade, em meio à qual ele vivia, acreditava que em breve tudo voltaria a ser como antes, para seus contemporâneos o projeto de Deus era mero sistema que lhe dava segurança. Ezequiel, no entanto, sabe que o sistema passado estava agonizando de maneira irrecuperável, pois Jerusalém seria destruída.
Segundo ele, a sociedade sofria de doença crônica e incurável, pois havia abandonado o projeto de Javé em troca de uma vida luxuosa e fascinante. Por isso, Ezequiel vê o próprio Deus deixando o Templo (11:22-24) e largando os rebeldes ao bel-prazer dos amantes.
Isso era causa de sofrimento para o profeta, mas não de desânimo e desespero. Para ele, o futuro seria de ressurreição (caps. 36-37) e novidade radical. Com sua linguagem simbólica, Ezequiel indicava os passos para a construção do mundo novo:
Assumir a responsabilidade pelo fracasso histórico de um sistema que se corrompeu completamente, provocando a ruína de toda a nação.
Compreender que a simples reforma de um sistema corrompido não gera nenhuma sociedade nova; apenas reanima o velho sistema que, cedo ou tarde, acabará sempre nos mesmos vícios.
Converter-se a Javé, assumindo o seu projeto; e, a partir daí, construir uma sociedade justa e fraterna, voltada para a liberdade e a vida.
Com esse programa profético, vislumbrava-se um futuro novo: Deus voltaria para o meio de seu povo (43:1-7), provocando o surgimento de uma sociedade radicalmente nova. Aí todos poderão participar igualmente dos bens e decisões que constroem a relação social a partir da justiça. Desse modo, todos poderão reconhecer que a partir desse dia, o nome da cidade será: Javé está aí (48:35).
A doutrina deste profeta tem por núcleo a renovação interior: é preciso criar para si um coração noivo e um espírito novo (18:31); ou ainda, o próprio Deus dará "outro" coração, um coração "novo", e infudirá no homem um espírito "novo" (11:19; 36:26).
Ezequiel dá origem à corrente apocalíptica, suas grandiosas visões antecipam as de Daniel e as do autor de Apocalipse.
Introdução (relato da vocação do profeta): caps. 1 a 3:21;
Censuras e advertências antes do cerco de Jerusalém: caps. 3:22 a 24;
Oráculos contra as nações: caps. 25 a 32;
Mensagens de consolação: caps. 33 a 39;
Visão do fim do Exílio na Babilônia (caps. 40 a 48)
5º Livro. Daniel.
Autor – Daniel.
Mensagem central do Livro; O Livro de Daniel é um livro do Antigo Testamento, cujo título é derivado do nome do profeta[1] Daniel, a quem a autoria é atribuída tradicionalmente. Alguns trechos são escritos em hebraico (1:1-2:3;8:1-12:13)[2] e a maioria em aramaico (2:4-7:28)[2], havendo também as adições em grego (versículos 24 a 90 do cap. 3 e caps. 13 e 14).
Contém ainda uma linguagem conhecida pelos estudiosos bíblicos como sendo "apocalíptica", que é uma linguagem com símbolos vivos para representar alguém ou algum evento futuro. Contém basicamente seis histórias de Daniel e seus amigos judeus na corte do rei Nabucodonosor e quatro profecias, únicas em estilo no Antigo Testamento.
O livro possui duas versões, sendo que a versão utilizada pela Igreja Católica conta com adições em grego (versículos 24 a 90 do cap. 3 e caps. 13 e 14), encontradas na Septuaginta, mas não encontradas na Bíblia Hebraica e no Antigo Testamento das Igrejas que adotam a Bíblia proposta por Lutero.
Trata-se de um escrito apocalíptico, que surgiu no séc. II AC[3][4][5], na época em que o rei Antíoco IV queria acabar com a cultura, costumes e religião dos judeus, e por isso perseguia quem não se sujeita aos padrões e costumes da cultura grega. A finalidade do livro é sustentar a esperança do povo fiel e, ao mesmo tempo, provocar a resistência contra os opressores. Para uma correta compreensão deste livro, é importante lê-lo junto com os livros dos Macabeus.
Na primeira parte (Dn 1-6), contam-se histórias passadas sob o domínio dos persas, mostrando como Daniel e seus companheiros resistiram aos poderosos do império e permaneceram fiéis à sua religião; assim foram salvos por Deus[6].
cap. 1 - Daniel e seus companheiros a a serviço de Nabucodonosor;
cap. 2 - o Sonho da Estátua;
cap. 3 - a adoração da estátua de ouro e os três companheiros de Daniel na fornalha;
cap. 4 - a loucura de Nabucodonosor;
cap. 5 - o festim de Baltazar;
cap. 6 - Daniel na cova dos leões.
Em todos esses casos Daniel e seus companheiros saem triunfantes de uma provação e os pagãos glorificaram a Deus que os salvou[2].
Na segunda parte (Dn 7-12), em linguagem figurada, própria da apocalíptica, o autor divide a história em etapas, mostrando o conflito entre as grandes potências. Ressalta que se aproxima a última etapa da história: o Reino de Deus está para ser implantado; por isso, é preciso ter ânimo e coragem para resistir ao opressor, permanecendo fiel[6], ou seja contém as seguintes visões:
cap. 7 - as quatro feras;
cap. 8 - o bode e o carneiro;
cap. 9 - as setenta semanas;
caps 10 a 12 - Tempo da cólera e Tempo do fim[2].
As partes deuterocanônicas contém:
versículos 24 a 90 do cap. 3: Salmo de Azarias e o cântico dos três jovens;
cap. 13 - a história de Susana;
cap. 14 - as histórias de Bel e da serpente sagrada, que são sátiras da idolatria[7].
Nessa luta sem esmorecimentos, há uma profunda convicção de fé: o único poder é o de Deus, e só ele é o dono da história. Todos os outros poderes, por maiores que sejam, podem ser derrubados pela ação daqueles que acreditam ser Deus o único absoluto (Dn 2:31-47).
Este livro, dentro da apocalíptica, preocupa-se com o futuro, mas sua intenção é que no presente haja perseverança, fidelidade e resistência na preservação da própria identidade, sem alienação, apesar de todas as dificuldades. E mesmo para aqueles que morrem nessa luta, sabendo escolher o caminho da justiça, descortina-se a esperança maior: a ressurreição (Dn 12:1-3)[6].
E) Livros dos Profetas Menores. 12 Livros.
1º Livro. Oséias.
Autor – Oséias.
Mensagem central do Livro; Oseias (AO 1990: Oseias) é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia.[1][2] Possui 14 capítulos.
O profeta Oséias exerceu sua atividade no Reino de Israel Setentrional, entre o final do reinado de Jeroboão II e a queda de Samaria[3] (750-722 AC). Este foi um período sombrio para Israel : conquistas assírias entre 734 e 732 AC, quatro reis assassinados, corrupção religiosa e moral[4].
A pregação de Oséias tem como ponto de partida uma experiência pessoal tão profunda, que se tornou para ele um símbolo (caps. 1 e 3). Ele amava de todo coração a sua esposa, mas ela o deixou para se entregar a outros amantes. Esse amor não correspondido ultrapassou o nível de frustração pessoal para ser uma enorme força de anúncio: o profeta apresenta a relação entre o Deus, sempre fiel e cheio de amor, e seu povo, que o abandonou e preferiu correr ao encontro dos ídolos.
Oséias passa, então, a denunciar todo tipo de idolatria, que ele chama de prostituição. Essa comparação será, a partir de então, uma constante nos escritos bíblicos. Tais prostituições, segundo Oséias, não consistem somente em adorar imagens de ídolos, mas inclusive em fazer alianças políticas com potências estrangeiras que provocam dependência, exploração econômica e opressão (7:8-12; 8:9-10). Prostituições são também os golpes de Estado que preservam interesses de uma pequena minoria (7:3-7), a confiança no poder militar e nas riquezas (8:14; 12:9) e todo tipo de injustiças (4:1-2; 6:8-9; 10:12-13)[5]. Oséias repreende principalmente as classes dominantes da sociedade:
os reis escolhidos contra a vontade de Javé, que rebaixaram o povo eleito ao nível dos outros povos; e os sacerdotes ignorantes e cobiçosos, que levaram o povo a ruína
Do mesmo modo que seu contemporâneo Amós, Oséias condena as injustiças e as violências, denuncia uma corrupção moral profunda em Israel (4:1-2; 6:7-10; 7:1), a falta absoluta de justiça social, a responsabilidade culposa das elites[6]. Sua pregação teve eco nos profetas seguintes quando exorta a uma religião do coração, inspirada no amor de Deus[4].
Oséias é também o profeta que polemiza contra a religião exterior: os sacrifícios, os ritos do culto[7] (6:6).
Oséias, porém, não apenas acusa, mas também anuncia o amor fiel e misericordioso de Deus para com seu povo, se este se converter e voltar a conhecê-lo. Para o profeta, o conhecimento de Deus não é uma atitude intelectual, mas uma adesão amorosa, através de uma prática que corresponda ao projeto de Deus, elaborado no deserto por ocasião do êxodo, deste modo, Javé receberá novamente seu povo como esposa, dispensando-lhe todo o carinho (2:4-25); ou tratando-o como filho (cap. 11)[5].
2º Livro. Joel.
Autor – Joel.
Mensagem central do Livro; O Livro de Joel faz parte do Antigo Testamento.[1][2] Segundo a tradição, foi escrito pelo profeta Joel.
Alguns sustentam que foi escrito no final da era monárquica, mas maioria dos exegetas sustenta que foi escrito após o Exílio na Babilônia e após a reconstrução do Templo, ou seja, aproximadamente em 400 AC, pois o livro não se refere a nenhum rei, nem ao Exílio[3].
A mensagem do livro fala sobre o "julgamento que Deus fará contra os inimigos de Israel e, de uma perspectiva escatológica, o vitória final do povo de Deus".
As dúvidas sobre a época em que o profeta Joel viveu dificultam a interpretação do que ele escreveu.
Pode-se dividir o livro em duas partes:
os dois primeiros capítulos narram uma terrível invasão de gafanhotos que devasta a plantação do país. Diante disso, Joel pede a participação de todos (profetas, sacerdotes e povo), numa grande manifestação de penitência e jejum, para suplicar a Deus que afaste a catástrofe[4];
esta liturgia penitencial permite caracterizar Joel como um profeta cultual, ligado ao serviço do Templo[3];
Deus mostra a sua misericórdia e anuncia a libertação da praga e as bênçãos para uma nova plantação. Como o profeta compara esses gafanhotos a um exército, talvez se possa pensar que ele esteja falando de uma invasão inimiga;
os dois últimos capítulos[5] descrevem o julgamento de Deus sobre as nações e a vitória final[4];
a efusão do espírito profético sobre todo o povo na era escatológica (3:1-5) responde ao anseio de Moisés em [[Livro dos N[umeros|Nm]] 11:29[3].
Parece que a primeira parte não tem nada a ver com a segunda. Mas, uma expressão une o livro todo: o Dia de Javé, isto é, o Juízo final. Então, o que na primeira parte eram gafanhotos ou exército inimigo, na segunda se transforma em exército de Deus; a praga se torna apenas uma comparação para exemplificar o Grande Dia em que a humanidade prestará contas a Deus. Assim como afastou ele os gafanhotos, também a misericórdia de Deus, alcançada pela penitência e jejum, transforma o julgamento em dia de libertação e salvação: arrasada a plantação, ela surge nova e viçosa. Desse modo, uma praga de gafanhotos observada atentamente serviu para que Joel anunciasse o Juízo final.
A passagem mais destacada de Joel é o Capítulo 3 que é citado por Simão Pedro no Sermão de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2:17-21. Por isso, Joel é também chamado o profeta de Pentecostes[4], sendo também considerado o profeta da Penitência, por causa da primeira parte do livro[3].
3º Livro. Amós.
Autor – Amós.
A canonicidade deste livro, ou sua reivindicação de um legítimo lugar na Bíblia, jamais foi questionada e sempre defendida. Desde os tempos primitivos, foi aceito pelos judeus, e aparece nos mais antigos catálogos cristãos. Justino, o Mártir, do século II, citou Amós em seu Dialogue With Trypho, a Jew (Diálogo com Trífon, um Judeu, cap. XXII). O próprio livro se acha em completo acordo com o restante da Bíblia, conforme indicado pelas muitas referências do escritor à história bíblica e às leis de Moisés. (Am 1:11; 2:8-10; 4:11; 5:22, 25; 8:5) Os cristãos do primeiro século aceitavam os escritos de Amós como Escritura inspirada. Por exemplo, o mártir Estevão (At 7:42, 43; Am 5:25-27), e Tiago, meio-irmão de Jesus (At 15:13-19; Am 9:11, 12), mencionaram o cumprimento de algumas das profecias.
Outros eventos históricos atestam, de forma similar, a veracidade do profeta. É fato histórico que todas as nações condenadas por Amós foram, no devido tempo, devoradas pelo fogo da destruição. A própria grandemente fortificada cidade de Samaria foi sitiada e capturada em 740 a.C., e o exército assírio levou os habitantes "para o exílio além de Damasco", conforme predito por Amós. (Am 5:27; 2Rs 17:5, 6) Judá, ao sul, recebeu igualmente a devida punição quando foi destruída em 607 a.C. (Am 2:5) E, fiel à palavra de Jeová mediante Amós, descendentes cativos tanto de Israel como de Judá voltaram em 537 a.C. para reconstruir sua terra natal. — Am 9:14; Esd 3:1.
Depois do título (1:1) e uma breve introdução (1:2), inicia-se uma série de óraculos (1:3-2:16) contra as nações vizinhas que é feito em várias direções seguindo uma simetria de pontos opostos: Damasco, a nordeste; Gaza, no poente; Tiro, a noroeste; Edom, a sudeste e Amon e Moab no nascente[3], por suas crueldades entre si e até mesmo, o mais extenso deles, contra Israel. Há condenações contra Judá e Israel, por sua idolatria.
Os capítulos de 3 a 6 condenam Israel por sua hipocrisia (porque apesar de terem cometido idolatria, ainda realizavam as festas do Pentateuco) e injustiça social, merecendo destaque o discurso contra a impenitência de Israel (4:6-13), as palavras contra o culto de Betel (4:4-5; 5:4-5.21-27), as denúncias contra a injustiça social (3:9-11; 4:1-3), contra o orgulho e as falsas seguranças (3:1-22; 5:18-20; 6:1-7.13-14)[4].
São sete os crimes de Israel[3]:
"vendem o justo (tsaddîq) por prata": desprezo ao devedor
"o indigente ('ebyôn) por um par de sandálias": escravização por dívidas ridículas
"esmagam sobre o pó da terra a cabeça dos fracos (dallîm)": humilhação/opressão dos pobres
"tornam torto o caminho dos pobres ('anawim)": desprezo pelos humildes
"um homem e seu filho vão à mesma jovem": opressão dos fracos (das empregadas/escravas)
"se estendem sobre vestes penhoradas, ao lado de qualquer altar": falta de misericórdia nos empréstimos
"bebem vinho daqueles que estão sujeitos a multas, na casa de seu deus": mau uso dos impostos (ou multas).
Amós, com os termos tsaddîq (justo), 'ebyôn (indigente), dal (fraco) e 'anaw (pobre), designa as principais vítimas da opressão na sua época. Sob estes termos Amós aponta o pequeno camponês, pobre, com o mínimo para sobreviver e que corre sério risco de perder casa, terra e liberdade com a política expansionista de Jeroboão II. É em sua defesa que Amós vai profetizar.
Está em 4:1, "ouvi esta palavra vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que quebrantais o s necessitados…". O apelo por justiça é o tema mais conhecido deste livro, porque evidencia a condenação de Deus aos que ficaram ricos através da corrupção.
No capítulo 7, o autor nos informa que foi chamado à corte do rei Jeroboão II para explicar suas profecias, que eram desfavoráveis ao rei. Ele acaba não sendo punido e acaba advertindo o rei.
O livro termina com uma mensagem de que, apesar de Deus castigar a Israel, Deus irá restaurar a nação, quando ela se voltar a Deus.
Aproximadamente no 760 AC, Amós (nome que em hebraico significa "levar" e que parece ser uma forma abreviada da expressão Amosiá, que significa Deus levou) que era um vaqueiro e cultivador de sicômoros (7:14), um fruto comestível que se parece com o figo, cujas frutas devem ser arranhadas com a unha ou com um objeto de metal antes de amadurecerem para que fiquem doces, em Técua (Teqoa), nos limites do deserto de Judá (1:1), perto de Bet-Lehem, era povoado situado a menos de 20 Km ao sul de Jerusalém[3], caiu na arapuca de Deus (3:5), deixou sua vida tranquila e foi anunciar e denunciar no Reino de Israel Setentrional, durante o reinado de Jeroboão II (1:1) no Reino de Israel Setentrional (787-747 AC) e de Ozias em Judá (781-740 AC)[5]. Um leão começava a rugir (3:8): era Javé que colocava em polvorosa todo um regime de injustiças[6].
Menos de um século antes da pregação de Amós, tinha acontecido no Reino de Israel Setentrional um golpe militar, promovido por um antepassado de Jeroboão II, o general Jeú, que, ao romper os acordos com os vizinhos, jogara o país em profunda dependência, especialmente da grande rival Damasco, governada por arameus. O Reino de Israel Setentrional levou muito tempo para recuperar a sua autonomia. E isto começou com o rei Joás, pai de Jeroboão II, que governou entre 797 e 782 AC.
O reinado de Jeroboão II (783 - 743 AC), era uma época aparentemente gloriosa para o Reino de Israel Setentrional que ampliava seus domínios (2 Rs 14:25) (6:1-3.13-14), certamente tomou Damasco e submeteu a Síria ao seu poder, e enriquecia, entretanto, o sistema administrativo adotado por Jeroboão II provocou a concentração da renda nas mãos de poucos privilegiados com o conseqüente empobrecimento da maioria da população, os pequenos agricultores ficavam tão endividados que chegavam à escravidão para pagar suas dívidas. Os tribunais, que teoricamente deveriam defendê-los da exploração dos mais poderosos, bem pagos por quem podia, decidiam sempre a favor dos ricos[3].
Nesse contexto, o luxo dos ricos insultava a miséria dos oprimidos e o esplendor do culto disfarçava a ausência de uma religião verdadeira. Amós denunciava essa situação com a rudeza simples e altiva e com a riqueza de imagens típica de um homem do campo[7].
Amós, após um curto período de pregação de no maxímo alguns meses[5], acabou sendo expulso, mas antes rogou uma praga em cima do sacerdote Amasias, que presidia o culto em Betel, de acordo com a vontade do rei (7:10-17).
A palavra de Amós incomodava porque ele anunciava que o julgamento de Deus iria atingir não só as nações pagãs, mas também, e principalmente, o povo escolhido; este já se considerava salvo, mas na prática era pior do que os pagãos (1:3-2:16). Amós não se contentava em denunciar genericamente a injustiça social, ele denunciava especificamente:
os ricos que acumulavam cada vez mais, para viverem em mansões e palácios (3:13-15; 6:1-7), criando um regime de opressão (3:10);
as mulheres ricas que, para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a explorar os fracos (4:1-3);
os que roubavam e exploravam e depois iam ao santuário rezar, pagar dízimo, dar esmolas para aplacar a própria consciência (4:4-12; 5:21-27);
os juízes que julgavam de acordo com o dinheiro que recebiam dos subornos (2:6-7; 4:1; 5:7.10-13);
os comerciantes ladrões e os atravessadores sem escrúpulo que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e vender as mercadorias por preço justo (8:4-8)[6].
Além disso, Amós denunciava a falsa segurança posta em ritos, nos quais a alma não se compromete (4:4-5; 5:4-5.21-27)[7].
Em cinco visões, Amós anuncia o fim do Reino de Israel Setentrional, porque a situação era insustentável diante de Deus (os gafanhotos 7:1-3 e o fogo 7:4-6; o estanho 7:7-9 e o fim do verão 8:1-3; a visão do santuário 9:1-4).
Muitos especialistas de renome acreditam que, para se captar bem a mensagem de Amós, você deve começar a leitura do seu livro por essas cinco visões simbólicas. Estas visões parecem ser sinais que o profeta percebe no cotidiano da vida e simbolizam a situação da nação israelita. Elas vão fazendo nascer em Amós uma conscientização do que está acontecendo e acabam determinando sua decisão de deixar sua casa e seu trabalho e ir anunciar o castigo e a ruína do país. Falando de outro jeito: as visões cumprem, em Amós, o mesmo papel dos textos de vocação em Isaías, Jeremias ou Ezequiel. Amós via, certamente, coisas absolutamente comuns na região, como uma praga de gafanhotos, uma seca, um cesto de frutas maduras e coisas assim. Mas, como ele estava preocupado com o destino do país, "antenado" na situação do povo, estas coisas viravam símbolos do que estava acontecendo ou por acontecer com Israel.
Em 7:1-3, Amós conta que um dia viu uma praga de gafanhotos destruindo as plantações dos agricultores. E isto acontecia depois que o feno destinado ao pagamento do tributo ao palácio do rei já tinha sido cortado. Os gafanhotos, que têm alto poder de destruição, estavam piorando a situação dos agricultores, levando-os à fome. Pois estes já eram muito explorados pelo governo que, todo ano, tomava boa parte do que produziam. Amós, compadecido, apela a Iahweh, argumentando que os agricultores eram frágeis demais para sofrer tal ameaça de fome. E Iahweh, segundo o profeta, revoga o castigo.
Em 7:4-6, Amós vê um incêndio terrível que, de tão forte, consome até as fontes subterrâneas de água depois de ter acabado com os campos. Novamente Amós apela a Iahweh para que suspenda a praga, porque a ameaça agora é de grande seca, penalizando os fracos agricultores de sua época. Esta visão se parece muito, no seu jeito, com a dos gafanhotos. Elas formam um par. Mostram a realidade da roça na época de Amós, quando os pequenos agricultores sofrem muitas ameaças, sejam naturais, sejam da exploração que vinha lá de cima, do governo. Amós diz que Iahweh tem compaixão dos pequenos e retira os castigos que os ameaçam. Mas e os mecanismos sociais que provocam fome e sede no campo? Estes permanecem... Por isso a gente diz que estas duas visões são indicadores do nível de consciência profética de Amós no que se refere ao campo.
Em 7:7-9 Amós vê Iahweh verificando o alinhamento de um muro com um fio de prumo. O muro simboliza Israel que está torto e deverá ser demolido para ser realinhado, porque muro torto não tem conserto. Só derrubando. Desta vez Amós não intercede e a certeza do castigo torna-se mais forte.
Em 8:1-3, Amós vê um cesto de frutas maduras e isto simboliza para ele o fim de Israel. Cabe observar que em hebraico, língua que ele falava, "frutas maduras" é qayits, enquanto que "fim" é qets, ou seja, duas palavras com sons parecidos. Também desta vez Amós não pede nada a Iahweh. Esta visão forma um par com a visão de 7:7-9, porque estas duas chamam atenção para a gravidade da situação e para a proximidade do fim do Reino de Israel Setentrional, cabendo observar que não trazem uma cena rural, pois estas duas visões trazem cenas urbanas: sofrem com os castigos a cidade, os santuários, o palácio. Para este grupo não há intercessão de Amós. É uma realidade corrupta que não tem conserto.
Na quinta visão, Amós conta que, desta vez, é o próprio Iahweh quem atua e de modo dramático. De pé sobre o altar dos holocaustos - portanto, diante do edifício do santuário - ele bate nos capitéis, provocando um terremoto que destrói o santuário e mata as pessoas que estão ali dentro. Não há possibilidade de fuga, garante o texto. Esta visão é o ponto máximo deste ciclo. O próprio Iahweh volta-se contra o local no qual se lhe presta culto. É porque, na visão de Amós, o santuário (de Betel) traiu seu papel de conduzir o povo a Iahweh e à vida. Tornou-se um lugar de culto sem sentido, amparando e ocultando as múltiplas opressões e injustiças que se cometem no país[3].
O livro de Amós termina com uma mensagem de esperança (9:11-15). Tal esperança foi vislumbrada pelos judeus que, dois séculos depois, se encontravam na Babilônia e acrescentaram este trecho, conscientes de se terem purificado do seu pecado, no amargor do exílio[6].
4º Livro. Obadias.
Autor – Nada si sabe sobre ele.
Mensagem central do Livro: Obadias ou Abdias (em hebraico, Obadjah: "Servo de Javé") é um dos "Profetas Menores" (o quarto na ordem do cânone hebreu e na Vulgata; quinto na Septuaginta).[1][2] O seu livro, constituído apenas por vinte e um versículos, é o menor do Antigo Testamento e trata do tema da falta de solidariedade do povo de Edom (descendentes de Esaú - Génesis 36:1) para com Israel, considerado como seu povo irmão. O livro divide-se em duas partes: o "Oráculo contra Edom" a a "Proclamação do Dia de Javé".
Esses vinte e um versículos abordam uma questão muito séria e importante: a necessária solidariedade entre os mais fracos diante de um opressor. O país estava sendo pilhado e destruído pelos babilônios. Então Abdias reparou que Edom, país-irmão (cf. Gn 25:19-28; 36:1), ao invés de ajudar o mais fraco, bandeou para o lado do mais forte. E Edom estava gostando do que acontecia: aproveitava para conquistar terras, participar da pilhagem, matava, perseguia e dedurava os que estavam escondidos e pediam proteção (11-14). E fazia tudo isso por vingança: não perdoava as brigas passadas (cf. 2Rs 8:20-22). Como diz Ezequiel: Edom guardou um ódio eterno (Ez 35:5).
Além disso, os edomitas eram arrogantes, se consideravam invencíveis (v. 3), se orgulhavam de sua sabedoria e da valentia de seus guerreiros. O profeta mostra que a sabedoria se torna insensatez e a valentia se transforma em covardia, quando aliadas ao opressor contra um país-irmão desprotegido e atacado (vv. 5-9). Abdias reconhece que Judá também não é inocente e, por isso, está sofrendo uma das situações mais trágicas de sua história. No entanto Edom é mais culpado, porque não foi fraterno nesse momento crucial da história.
Pode-se estranhar a conclusão do profeta (v. 18). De fato, concordamos que Edom não deve guardar rancor de seu irmão nem tomar parte, com alegria selvagem, da destruição de Jerusalém; mas deve-se discordar que Judá tire desforra. Outros escritos bíblicos ensinam que devemos esperar o perdão de nossos irmãos, mas também nós devemos perdoá-los[3].
A primeira parte de Abdias (1-14) profetiza a queda de Edom (ver Iduméia), tradicional inimigo de Judá.
Segundo alguns documentos foi o primeiro bispo da Babilónia.
O escrito é pouco posterior à 587 AC[4].
5º Livro. Jonas.
Autor – Jonas.
Mensagem central do Livro; Jonas é o nome de um livro bíblico do Antigo Testamento.[1][2] Segundo a interpretação tradicional seria um relato biográfico do profeta Jonas, na qual o Deus de Israel o terá mandado profetizar ao povo de Nínive, grande capital do Império Assírio, para persuadi-los a se arrependerem ou seriam destruídos dentro de 40 dias. O Livro de Jonas fala foi tido como o profeta Jonas, filho de Amitai, que profetizou no Reino de Israel Setentrional, no 7.º Século A.C., no reinado de Jeroboão II. (Jonas 1:1; II Reis 14:25).
Jonas e a Baleia, por Gustave Doré.
A Assíria, inimiga do povo de Israel de longa data, era império dominante aproximadamente entre 885A.C. a 665A.C.. Segundo o relato, parece evidente que a agressividade militar assíria era mais fraca durante o tempo de Jonas. Além disso, o Rei Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate até o Mar Morto, como teria sido profetizado por Jonas.
Por outro lado, outros estudos[3][4][5][6][7][8][9][10][11] indicam que trata-se de um escrito posterior ao Exílio na Babilônia, escrito no séc V AC (ou mesmo posterior), e que o livro de Jonas é considerado profético unicamente porque em 2Rs 14:25 se menciona um profeta com o mesmo nome.
Tal tese baseia-se no fato de que seu estilo e tema diferem muito dos outros livros proféticos, que em geral são escritos em verso. Enquanto os profetas ameaçam as nações pagãs, o livro de Jonas relata a conversão dos ninivitas e anuncia a misericórdia a esse que foi um dos povos mais odiados por Israel. Os profetas estão solidamente enraizados na situação político-social; Jonas parece estar solto no ar.
Portanto, o livro de Jonas seria um escrito sapiencial, não pertencendo ao gênero histórico, mas ao gênero parabólico[12], uma espécie de novela para ilustrar o tema da misericórdia de Javé, que não é um Deus nacional, mas um Deus de toda a humanidade; ele quer que todos se convertam, para que tenham a vida (4:2).
O livro rompe com uma interpretação estreita do oráculos contra as nações feitos por outros profetas, afirmando que oráculos são condicionais, pois Deus quer a conversão das nações e não sua destruição[13].
A obra nasceu no pós-exílio, quando o povo judeu estava se fechando num exagerado nacionalismo exclusivista (cf. Esd 4:1-3; Ne 13:3), bem refletido na mesquinhez do justo Jonas. Por outro lado, os caminhos de Deus são diferentes dos caminhos dos homens: Deus quer salvar também os inimigos, os pagãos de Nínive, capital da Assíria, modelo de crueldade e opressão contra o povo de Israel. Deus não quer que suas criaturas se percam (cf. Sb 1:12ss) e para ele ninguém está irremediavelmente perdido (cf. Ez 18:23.32; Lc 15).
A história do peixe tornou famoso o livro, pois os evangelhos celebrizam a figura e aventura de Jonas como sinal da morte e ressurreição de Jesus: assim como Jonas ficou três dias no ventre do peixe, Jesus vai ficar três dias no ventre da terra; depois ressuscitará, como Jonas voltou à luz do dia (cf. Mt 12:39-41 e paralelos)
6º Livro. Miquéias.
Autor - Miquéias, natural de Moresete, em Judá, profetizou durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias. Foi contemporâneo de Isaías, 1:1.
Seu nome significa "o que é como o Senhor". Pertencia a Judá, mas falou tanto a Judá como a Israel.
Mensagem central do Livro; Miquéias (em Portugal: Miqueias) é um nome que vem de uma palavra hebraica que significa "Quem é como Yah?". O nome do autor do livro de Miquéias aparece na septuaginta como Michaías[1][2]. A Vulgata Latina diz Michaeas. Ele foi um profeta do século VIII a.C. morador de Morasti-Gat, na Shefelá em Judá, talvez tenha sido um líder (ancião, heb. zaqen) da comunidade. Atuou em Judá no período de Jotão, Acaz e Ezequias.
O livro, escrito em Hebraico, é de dificil leitura, pois o texto encontra-se corrompido, para tanto os tradutores da Bíblia utilizam-se de guias como as versões em língua grega, síria e copta.
A macro-estrutura do livro é composta por quatro partes:
I - 1-3 - Teofania e Acusação contra pecados concretos
II - 4-5 - Salvação - O futuro Reino de Javé em Sião
III - 6.1-7.7 - Julgamento de Javé contra o povo
IV - 7.8-20 - Liturgia Final (esperanças)
Miquéias nasceu em Morasti (Moréshet[3]), uma vila no interior do reino de Judá, a oeste de Hebron. Por sua origem camponesa se assemelha à Amós, com quem compartilha uma aversão às grandes cidades e uma linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua atividade entre os reinados de Jotão (Iotâm), Acaz, Ezequias e Manassés, isto é entre 750 e 680 AC[4], antes e depois da tomada de Samaria pelos assírios em 721 AC, tendo sido contemporâneo de Oséias e de Isaías[5].
Miquéias, denuncia uma situação mais perversa do que a própria guerra em andamento: a cobiça e injustiças sociais, onde ele vê a causa principal da ira de Deus (2:8). Após descrever os estragos da guerra (1:8-16), o profeta nos conduz à capital, onde ele se defronta com os ricos e com os dirigentes políticos e religiosos. Vindo da roça, Miquéias acusa-os de roubar casas e campos para se tornarem latifundiários (2:1-2) e os condena por mandar matar até mulheres e crianças para se apoderarem das terras (2:9). Com o poder nas mãos, eles dançam ao ritmo do dinheiro, falseando o peso das mercadorias (6:10-12). Miquéias mostra que a riqueza deles se baseia na miséria de muitos e tem como alicerce a carne e o sangue do povo (7:1-4). Eles, porém, insistem, com a Bíblia na mão, em provar que são justos (2:6-7) e que Deus está com eles (3:11); procuram combinar religião com opressão aos fracos Miquéias denuncia tal perversão, uma situação na qual os cultos são celebrados com fausto, mas não implicam em conversão do coração[3], como atitude idolátrica (1:5); por isso, é taxativo: eles, juntamente com a luxuosa capital e o próprio Templo, serão destruídos (3:9-12). No livro atual de Miquéias existem também promessas e esperanças. Entre elas se destaca o anúncio do surgimento do Messias na pequena cidade de Belém (5:1-3). O Novo Testamento retomará esse oráculo e o atribuirá ao nascimento de Jesus (cf. Mt 2:6).
7º Livro. Naum.
Autor – Naum.
Mensagem central do Livro; Naum, cujo nome em hebraico significa "o consolador", é o sétimo dos Profetas Menores[1], a quem se atribui a autoria do Livro de Naum,[2][3] que conta sobre a destruição de Nínive, capital da Assíria, a cidade que Jonas advertiu.
Este livro é uma "pronúncia contra Nínive", capital do Império Assírio. Para os crentes, o cumprimento histórico daquela pronúncia profética atestaria a autenticidade do livro. O livro teria sido escrito algum tempo depois de a cidade egípcia de Nô-Amom (Tebas) sofrer uma derrota no Século VII a.C. e completado antes da predita destruição de Nínive em 632 a.C..
Teólogos divergem sobre a data em que foi escrito o Livro de Naum, alguns entendem que é pouco posterior ao saque de Tebas em 663 AC[4], outros entendem que a profecia é pouco anterior à conquista de Nínive em 612 AC[5].
Na história antiga, como na moderna, as grandes potências se sucedem e lutam na ânsia de dominar o mundo e os homens. Este livro contém a visão da queda de um desses impérios: a Assíria, o leão que enchia a toca de caça (2:13), o opressor de Israel (1:12-13). É um canto do oprimido que sentia a que libertação se aproximava, porque o Império que dominava as nações estava prestes a vir abaixo.
Um salmo inicial mostra Javé como juiz que age na história (1:2-8). Ele é apresentado como o Deus ciumento e vingador, cheio de furor (1:2) e ao mesmo tempo como o Deus bom, o abrigo para os que são perseguidos (1:7). Já nesse salmo, Javé aparece como o Senhor de tudo e de todos, oprimidos e opressores, mas de maneira diferente.
Nas sentenças seguintes (1:9-2:1), dirigidas alternadamente ao oprimido (Judá) e ao opressor (Assíria), Javé também se apresenta alternadamente, como vingador e bom.
A ruína de Nínive, capital da Assíria (2:2-3:19), é descrita de maneira grandiosa e sem meios-termos, não deixando dúvidas sobre quem destrói a capital sanguinária e idólatra: é o próprio Deus (2:14; 3:5).
Naum deixa claro que os grandes poderes do mundo não são eternos. Por mais que dominem e amontoem, por mais que oprimam e humilhem os pequenos, um dia eles ruirão como Nínive. Aliás, desaparecerão da história justamente porque agem dessa maneira. Sobre todos os opressores obstinados pesa o julgamento implacável de Deus, que toma o partido dos oprimidos[6].
É uma obra da época em que a compreensão de Deus estava associada a um nacionalismo violento, compreensão essa que vai ser superada a partir de obras do tempo do Exílio na Babilônia, como os capítulos 40 a 55 do Livro de Isaías, e pela pregação de Jesus relatada nos Evangelhos.
Esse opúsculo alimentou as esperanças humanas de Israel em 612 AC, mas a alegria foi efêmera, pois a ruína de Jerusalém também estava próxima[5].
8º Livro. Habacuque.
Autor – Habacuque.
Mensagem central do Livro; Habacuque ou Habacuc é o livro bíblico cuja autoria é atribuída ao profeta de mesmo nome.
Se discute a data em que o livro foi escrito, havendo duas hipóteses[1]:
o livro foi escrito pouco antes da queda de Nínive em 612 AC, nessa hipótese os opressores seriam os Assírios; o livro foi escrito entre a Batalha de Carquemis em 605 AC e o primeiro cerco à Jerusalém em 597 AC, nessa hipótese os opressores seriam os caldeus[2].
Habacuque significa "abraço", e está incluso na subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Menores, sendo um livro de apenas três capítulos.[3][4] Provavelmente tenha sido escrito no século V a.C. Habacuque nos sugere que observava a sociedade judaica a partir do Templo, onde possivelmente servia como levita, isto é cantor, ornamentador, prontificador do templo ver Nm 3. 6-10, podemos notar o capítulo três de seu livro é uma canção, sendo que os últimos versos são considerados uma das maiores expressões de fé do Antigo Testamento. O livro de Habacuque é diferente dos demais livros dos profetas em seu estilo literário, pois em momento algum há profecias contra esta ou aquela nação ou pessoa em particular, porém o que se pode ver é um diálogo entre o profeta e Deus. Entre seu texto há no capítulo dois a expressão: "O justo viverá da fé", que mais tarde inspiraria o Apóstolo Paulo a escrever a mais teológica de suas cartas, a Carta aos Romanos, que posteriormente inspirou também Martinho Lutero na elaboração das 95 Teses "gatilho" da Reforma Protestante
O profeta Habacuc inicia o livro interrogando a Deus e pedindo socorro, pois está cansado de ver o seu país sofrer opressão violenta, onde a Lei enfraquece e o direito está distorcido (1:2-4). A resposta de Deus é a intervenção de um grande império, que deveria corrigir os desmandos (1:5-10). Isso, porém, não satisfaz o profeta, pois o invasor não vem para fazer justiça, mas para substituir uma opressão por outra pior (1:12-17).
Habacuc continua esperando uma resposta satisfatória de Deus. A resposta definitiva é dada, agora, com uma proposta diferente, mais difícil, que exige paciência, mas que não falha: "O justo viverá por sua fidelidade" (2:4). Com isso, os que sofrem as consequências da violência são chamados a ser agentes na história, opondo-se firmemente aos que não são corretos. Tal acontecerá somente se esse grupo for fiel ao projeto de Deus; se estiver permanentemente vigilante na realização da justiça. No momento em que os injustiçados se descobrem não só como vítimas, mas principalmente como agentes de uma transformação na história, surgem a possibilidade e a coragem de desmascarar os opressores. Esse desmascaramento se realiza através da desmistificação de sua potência, até chegar ao cerne de sua fraqueza: são adoradores de ídolos mudos e inertes, que não podem vir socorrê-los no momento crucial. O segundo oráculo (2:5-20) contém cinco imprecações contra a opressão iníqua. Descobrindo a fraqueza do opressor, é possível celebrar a sua queda e o surgimento de uma nova era, de um mundo novo. É a celebração do justo, em tom de lamentação, cheia de estremecimentos e temores, porém com uma certeza: a justiça um dia se tornará realidade, porque o Deus dos justos é o Deus vivo que age na história (3:1-19). No quadro da doutrina Habacuc inova ao questionar por que Deus escolhe os bárbaros caldeus para exercer sua vingança[7].
9º Livro. Sofonias.
Autor -
Mensagem central do Livro; Sofonias é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia. Possui três capítulos.
O nome Sofonias significa "o Senhor o escondeu". Ele era bisneto de Ezequias, sofonias 1.1. Caso este tenha sido o rei Ezequias, Sofonias foi um profeta de sangue real. o seu ministério ocorreu no tempo do rei Josias em 640 a.C. - 609 a.C. tendo profetizado, provavelmenten antes da reforma desse rei em 621 a.C.
O tema de sua mensagem é que o Senhor ainda está firmemente em controle do Seu mundo, apesar das aparências contrárias, e que comprovará isto no futuro próximo ao aplicar um castigo terrível sobre a nação desobediente de Judá, e completa destruição sobre as nações pagãs gentias, somente através dum arrependimento em tempo é que haveria possibilidade de escape a esta ira. O profeta Sofonias viveu e exerceu a sua atividade num momento em que Judá era disputado pelas grandes potências da época. Dentro do país se formaram dois partidos: um querendo ficar sob a influência do Egito, outro da Assíria. Durante longo período, nos reinados de Manassés e Amon, a Assíria predominava. Uma tentativa de mudar a situação a favor do Egito, através de uma revolta de oficiais da corte, não obteve sucesso, porque cidadãos de grande influência econômica reagiram e colocaram no trono Josias, que ainda era menor de idade. Esse rei, promoveu uma grande reforma, mas a situação voltaria a ser a mesma: o que era bom para a Assíria, era bom para Judá, inclusive a maneira de vestir (1:8)[3].
Nesse contexto, Sofonias exerce seu ministério entre os anos 640-630 AC, durante a menoridade de Josias e antes de sua reforma religiosa e do ministério de Jeremias[4]. Ele mostra como pesa, sobre toda essa situação, o Julgamento de Deus (1:2-18). O Dia de Javé não é essencialmente o fim do mundo e da história, mas a transformação do povo de Deus e o fim de uma era de idolatria. Para o profeta, são ídolos não somente as divindades estrangeiras, mas também a absolutização das grandes potências, do dinheiro e do poder. Esses ídolos estão presentes, tanto nas outras nações quanto na cidade de Jerusalém, seja no palácio real, seja no Templo e nos bairros da cidade (2:4-3:8). A única possibilidade de salvação que Sofonias vislumbra para escapar à ira divina são os pobres da terra (2:3), isto é, os destituídos de poder e riqueza, que depositam sua confiança no verdadeiro Absoluto e clamam por justiça. São eles os únicos que poderão formar um resto para conduzir na história o projeto de Deus, e assim fazer com que o Dia de Javé se torne dia de alegria e restauração, e não de destruição (3:9-20)[3].
A catástrofe anunciada atingiria tanto as nações quanto o Judá inspiradas pelo orgulho (3:1.11) o castigo seria uma advertência (3:7) que deveria conduzir o povo à obediência e a humildade (2:3), sendo a salvação reservada aos humildes, que põem em prática a vontade do Senhor[5] (3:12-13)[6].
A época do livro, descreve um tempo de grande apostasia e corrupção Sf 1.12; 3.2-4. A Assíria ainda ocupava o cenário Sf. 2.13. A adoração de Milcon ( em outras versões Malcã) era praticada Sf 1.5. * milcon = Moloque, uma divindade Amonita, verificar 1 Rs 11.5. As condições morais e religiosas então prevalecentes eram baixas, devido à influência maligna dos reinados de Manassés e Amom. o livro descreve uma provavel invasão ( este povo invasor teria sido os Citas que entre os anos 630 a 626 a.C.ameaçaram muitas nações e trouxeram calamidade aos povos do oriente médio) que chegaria à terra de judá Sf 1.2-3, e alcançaria outras nações Sf 2.4,12-13.
O propósito do livro, partindo da ameaça Cita, o profeta adverte severamente o seu povo sobre a aproximação do dia do Senhor, e juntamente com a advertência terrível, há o apelo ao arrependimento, endereçado primariamente ao remanescente, mais do que para a nação inteira Sf. 2.3.
"O dia do Senhor", que é decrito 18 vezes no livro especialmente, um dia de julgamento Sf 1.2-3, 7-16, 18, 3.20.
O julgamento de Judá (O Dia de Javé[6]) 1:2-2:3 [7]
O julgamento de nações 2:4-15
Os motivos do julgamento de Jerusalém 3:1-7
O remanescente e o reino Messiânico 3:8-20
Este livro inspirou o versículo 41 do capítulo 13 do Evangelho de Mateus, e a descrição do Dia de Javé (1:14-18) inspirou Joel[6].
Os anúncios de conversão dos pagãos (2:11[8]; 3:9-10);
Pequenos Salmos (3:14-15; 16-18a)
Os dois últimos versículos (3:18b-20) foram escritos após o Exílio na Babilônia
10º Livro. Ageu.
Autor - O "profeta do templo" possivelmente tenha nascido durante os setenta anos de cativeiro em Babilônia, e tenha regressado a Jerusalém com Zorobabel. Era colega de Zacarias, Ed 5:1;6:14.
TEMA PRINCIPAL. Fortes repreensões por causa do descuido para com a construção do templo, unidas às alentadoras exortações e promessas aos que estavam comprometidos com a obra.
Mensagem central do Livro; O Livro de Ageu é um dos livros proféticos do Antigo testamento da Bíblia. Possui dois capítulos. Está entre os chamados Profetas Menores.
Ageu, seu escritor, foi um profeta hebreu e contemporâneo de Esdras e Neemias. Sua mensagem foi de exortação e motivação a respeito da restauração de Jerusalém e seu Templo. Possui quatro principais mensagens de YHWH para os judeus que retornaram do exílio em Babilónia. São fortes repreensões devido ao descaso na reconstrução do Templo.
Escrito por volta do ano 520 a.C., cerca de 17 anos depois do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção do Templo. O profeta Ageu, indicava que o povo estava se preocupando com as próprias vidas e esquecendo do principal - a casa de Deus . Este livro frisa a importância nas obras de Deus e que Ele deve estar sempre em primeiro lugar, na vida e nas obras das pessoas.
O Autor pode ser chamado " O Profeta do templo", provavelmente tenha nascido durante os setenta anos de exílio na Babilônia. Deve ter regressado a Jerusalém com Zorobabel.
12º Livro. Malaquias.
Autor - Nada se sabe acerca da vida do profeta, exceto o que se encontra neste livro. Talvez tenha sido contemporâneo de Neemias; as condições descritas na profecia correspondem àquela época.
ESTILO. Enérgico e fora do comum. O Senhor é representado como se estivesse dialogando com seu povo. "Mas vós dizeis" contrasta com "diz o Senhor dos Exércitos" através dos primeiros três capítulos.
TEMA. É uma descrição gráfica do período final da história do Antigo Testamento, que mostra a necessidade de grandes reformas que preparem o caminho para a vinda do Messias.
Mensagem central do Livro; O livro de Malaquias apresenta conteúdos teológicos. Por um lado está o texto de Ml 3,7-10 como motivador-mor da prática da entrega do dízimo para os empreendimentos eclesiásticos. Esse texto, por sua vez, se expressa através de uma linguagem de teologia da retribuição. Há que se encher o tesouro da casa do Senhor para que ele possa derramar “bênçãos sem medida” (v.10) e “repreender o devorador” (v.11). O outro motivo teológico de grande influência é o
anúncio da vinda do mensageiro para preparar o caminho do Senhor (3.1). Esse anúncio do mensageiro, como era de esperar, teve diversas e diferentes interpretações ao longo do tempo: o profeta Elias recebe a identificação mais placativa (3,23) com repercussões até o tempo de Jesus, e este identifica o mensageiro na pessoa de João Batista (Mt 11,10). Devido à estrutura polissêmica do texto do anúncio, outras interpretações são também possíveis. No breve espaço deste artigo queremos apresentar algumas pinceladas sobre o livro de Malaquias a partir da história da pesquisa bem como destacar algumas linhas teológicas deste escrito profético. Personagem, texto e conteúdos Na literatura sobre Malaquias encontra-se frequentemente a discussão sobre a historicidade do personagem que dá nome ao livro. E aí as posições são variadas. Há autores que acham que, à semelhança da profecia pré-exílica, deve tratar-se de um personagem histórico, cujas palavras tiveram seu primeiro lugar vivencial na pregação oral de um profeta com tal nome.[1] Outros pensam que o nome “Malaquias” é somente o desdobramento programático da expressão “meu mensageiro” de 3,1, devendo-se pensar de saída em um personagem anônimo.[2] Esta anonimidade pode ser ainda exponenciada, na opinião de outros, no sentido de que pode tratar-se de desde o início de um processo de profecia escrita. Isto é, o surgimento do texto adviria de momentos e processos de intervenção social através da leitura de tais textos escritos. De qualquer forma, tanto na acepção de uma pregação oral quanto em texto escrito, está contemplada a estrutura dialógica do texto, marcado justamente pelo seu caráter de palavras de disputa.[3] Há ainda autores que, na linha da profecia originariamente fixada por escrito, acham que Malaquias não nasceu como escrito próprio, mas como parte final do livro de Zacarias, sendo desmembrado deste somente no processo de redação e
composição dos Doze Profetas Menores.[4] Pelo menos é interessante notar que o título atribuído ao escrito em 1,1 “proclamação” (hebraico: masah) aparece também em Zc 9,1 e 12,1. Diante da diversidade de perspectivas, aqui assumimos provisoriamente a concepção de que na origem deve haver algum tipo de personagem profético, provavelmente até anônimo, e que o atual nome do livro e profeta tenha
sido tomado da indicação programática de 3,1. É bem possível e até provável que o texto já tenha um esboço fixado por escrito no seu momento originário. O importante é o destaque à dimensão dialógica do texto, devendo-se pressupor algum tipo de intervenção social, seja pelo recurso da oralidade seja pelo recurso do texto escrito proferido publicamente. No tocante ao texto, pode-se partir de um texto-base, que recebeu acréscimos e releituras.O estilo dominante e marcante do livro Malaquias são as palavras de discussão ou de disputa. Tais palavras são pensadas claramente dentro de uma dinâmica dialógica: o personagem está em disputa com interlocutores judaicos para os quais há um certo indiferentismo em relação ao amor e ao juízo de Yahveh, assim como em relação ao serviço cultual no templo (sacrifícios e dízimos) e no cuidado com os pobres. Em geral, faz-se uma subdivisão do livro em seis dessas unidades de discussão ou disputa, podendo o todo, excetuando-se introdução e conclusões, ser estruturado de forma concêntrica.
1,1 Título
A 1,2-5 amor de Yahveh por Israel x juízo sobre Edom
B 1,6-2,9 negligência nos sacrifícios e no ensino da Torá
C 2,10-16 casamento com mulheres estrangeiras
Amor de Yahveh .:: Haroldo Reimer [haroldoreimer.pro.br] ::.
1 de 2
C’ 2,17-3,5 conflitos e exploração dos pobres
B’ 3,6-12 dízimo, conflito entre sacerdotes e leigos
A’ 3,13-21 salvação dos justos e destruição dos ímpios
3,22 epílogo I: referência a Js 1,7.13 e Dt 5,1;11,32; 12,1; 26,12
3,23-24 epílogo II: referência a 1Rs 19 e Is 66
Observando-se esta arquitetura literária do atual livrinho de Malaquias, pode-se fazer algumas observações indicativas para possíveis conclusões. Destaca-se que no centro da estrutura (C-C’) há referências a questões sociais. Por um lado indica-se para o
problema dos casamentos mistos e para as possíveis e prováveis tentativas de repúdio de mulheres estrangeiras (2,10-16). Por outro lado, em meio a temas de ordem ético-religiosa há uma defesa da integridade social e da dignidade das tradicionais personae miserae: viúvas, órfãos, estrangeiros e diaristas (3,5). Na moldura intermediária (B-B’) são tematizadas questões mais diretamente relativas ao templo. Por um lado fala-se da negligência especialmente de sacerdotes nas práticas cúltico-rituais e no ensino da Torá (1,6-2,9) e, por outro lado, reivindica-se as devidas entregas de dízimos e ofertas para o funcionamento das atividades no templo em
Jerusalém. A moldura externa (A-A’) trata da questão do amor maior de Yahveh por Israel e do amor menor (ódio?) por Edom (1,2-5). Tematicamente isso tem a sua contrapartida em 3,13-21, onde se anuncia a salvação do justo e a condenação do ímpio. Há aqui uma equivalência entre Israel e os justos. Os temas das molduras concêntricas indicam para certa coalizão de conteúdos: teologicamente trata-se de um pensamento que busca reforçar a idéia do amor privilegiado de Yahveh por seu povo Israel em detrimento de outros, em particular de Edom, e isso até dentro do esquema de uma teologia da retribuição; o cerne das disputas proféticas são questões relativas ao templo e aos pobres. Este cerne marca já a própria estrutura básica de pensamento da Torá, isto é, propõe-se a necessidade de uma coalizão entre legislação profético-social e cúltico-sacerdotal. Essa confluência temática marca muito provavelmente o cotidiano do contexto histórico em que se deve muito provavelmente situar o nascedouro dessas discussões proféticas do livro de Malaquias. O contexto histórico-social mais provável é o período pós-exílico, sobretudo da segunda metade do século V aC em diante. A julgar pelos conteúdos das palavras de disputa, pode-se tomar a reconstrução e a reinauguração do templo em 520 aC como o terminus a quo e as soluções drásticas com relação aos casamentos mistos no tempo de Esdras e Neemias a partir de 450 aC (cf. Ed 10,1-17) como o terminus ad quem. Entre esses dois momentos deve-se localizar o surgimento das palavras do escrito Malaquias, podendo-se projetar uma possível datação do escrito-base para o ano de 480 aC[7], com possíveis ampliações posteriores. Estamos aí, pois, em um contexto de processo de reorganização da comunidade israelita pós-exílica.
A vontade, o desejo e a necessidade dessa reorganização são pressupostos e reafirmados como sendo vontade do próprio Deus Yahveh. É possível que tentativas de restauração política (no sentido de um restabelecimento de um reinado davidida) já tenham sido superadas; a menção de um governador ou comissário (pehah - 1,8) pode indicar para um governo persa, anterior à constituição da província de Yehud, bem como anterior.
Os 27 Livro do Novo Testamento são divididos em 5 Classes.
1º Classe Livros Biográficos ou Evangélicos. 5 Livros.
2º Classe Livro Histórico. 1 Livro.
3º Classe Cartas Paulinas. 12 Cartas.
4º Classe Cartas Gerais. 9 Cartas.
5º Classe Livro Profético. 1 Livro
F) Classe Livros Biográficos ou Evangélicos. 5 Livros.
1º Livro Biográfico ou Evangélico. Livro de São Mateus.
Autor – Mateus.
Mensagem central do Livro; O Evangelho de Mateus é o primeiro dos quatro evangelhos do Novo Testamento e um dos três chamados de sinóticos, junto com o Evangelho de São Marcos e o Evangelho de São Lucas. Possui 28 capítulos. Terá sido escrito por volta do ano 80.
Os evangelhos são tradicionalmente impressos com São Mateus em primeiro lugar porque, segundo Santo Agostinho, era esse o mais antigo (segundo ele, este evangelho teria sido escrito de 50 a 75). Atualmente, a maioria dos estudiosos aceita a tese que defende que o Evangelho de Marcos é o mais antigo dos Evangelhos Canônicos. Em contrapartida, o evangelho de Mateus foi o primeiro dos evangelhos a ser lido publicamente nas comunidades cristãs (o que era sinal de sua aceitação como "literatura sagrada" entre os primeiros cristãos).
É seguido pelo Evangelho de São Marcos, Evangelho de São Lucas e Evangelho de São João, nessa ordem. Para o uso litúrgico na Igreja Católica Romana, os evangelhos são apresentados desde o Concílio Vaticano II num livro chamado de evangeliário. É neste evangelho que temos o belíssimo Sermão da Montanha, muito destacado nos ensinamentos cristãos.
O primeiro evangelho do Novo Testamento é tecnicamente anônimo, ou seja, não há uma informação explícita de sua autoria em seu conteúdo textual. Mesmo assim, a autoria Mateus é atribuída a este evangelho de forma universal e não é muito controversa, sendo justificada principalmente devido a confirmações dos pais da Igreja cristã primitiva além de evidências textuais internas ao próprio evangelho.
Este pai apostólico, que foi discípulo do apóstolo João ou do presbítero João, identificou este evangelho como de Mateus, apóstolo do Senhor:
"Mateus compôs sua história [a respeito de Jesus] em dialeto hebraico e cada um traduzia segundo a sua capacidade" (Papias - História Eclesiástica de Eusébio)
O bispo de Lyon, na França, declarou o seguinte a respeito deste evangelho e seu autor: "Mateus, de fato, produziu seu evangelho escrito entre os hebreus no dialeto deles..." (Irineu - História Eclesiástica de Eusébio)
Declara a autoria deste Evangelho a Mateus, conferindo-lhe natureza autoritária:
"Segundo aprendi com a tradição a respeito dos quatro evangelhos, que são os únicos inquestionáveis em toda Igreja de Deus em todo o mundo. O primeiro é escrito de acordo com Mateus, o mesmo que fora publicano, mas depois apóstolo de Jesus Cristo, o qual, tendo-o publicado para os convertidos judeus o escreveu em hebraico" (Orígenes - História Eclesiástica de Eusébio)
O bispo de Cesaréia, que herdou a formação teológica de Orígenes, aceita o testemunho antigo e aprova a autoria de Mateus neste evangelho:
"...de todos os discípulos, Mateus e João são os únicos que nos deixaram comentários escritos e, mesmo eles, foram forçados a isso. Mateus tendo primeiro proclamado o evangelho em hebraico, quando estava para ir também às outras nações, colocou-o por escrito em sua língua natal e assim, por meio de seus escritos, supriu a necessidade de sua presença entre eles." (Eusébio - História Eclesiástica)
Os principais manuscritos gregos (unciais) trazem sempre os quatro evangelhos presentes. Os manuscritos que trazem apenas os evangelhos são mais numerosos que os que contêm outras partes do Novo Testamento, portanto, temos mais de 1.400 manuscritos gregos dos evangelhos, o que torna o livro de Mateus um dos mais bem documentados da Antigüidade.
2º Livro Biográfico ou Evangélico. Livro de João Marcos.
Autor – João Marcos.
Mensagem central do Livro; O Evangelho de Marcos é o segundo dos quatro evangelhos do Novo Testamento e um dos três chamados de sinópticos, junto com o Evangelho de São Mateus e o Evangelho de São Lucas, sendo dividido em 16 capítulos.
Como é em geral reconhecido, o Evangelho segundo Marcos foi o primeiro entre os evangelhos canônicos a ser escrito, por volta do ano de 70 d.C., ano da destruição do Templo pelos Romanos.
Dos sinópticos, é o mais simples e o menor, sendo igualmente aquele que será provavelmente o mais antigo, servindo de uma possível fonte para os demais evangelistas, embora contenha 31 versículos a mais relativos a outros milagres não relatados nos outros evangelhos.
Como em nenhum lugar deste evangelho se menciona o nome do seu autor, trata-se, tecnicamente, de uma obra anônima. Entretanto, existem elementos extra-bíblicos, além de evidências internas, suficientes para apontar como seu autor Marcos, ou João Marcos como era conhecido. João Marcos teria sido primo de Barnabé (Cl 4,10), de família levita (At 4,36).
Há dúvidas se Marcos conheceu Jesus pessoalmente. Alguns pensam que seria Marcos o jovem que "fugiu nu" de Mc 14,52 (pois só Marcos narra este episódio). Existe também a hipótese que tenha sido na casa da mãe de João Marcos, em Jerusalém, que Jesus celebrou a última Ceia (14,12-31), já que era um local de oração e acolhida, pois foi para esta casa que Pedro se dirigiu ao ser libertado da prisão (At 12,12).
A maioria dos estudiosos concorda que tradição eclesiástica mais antiga, no tocante à origem ou autoria do evangelho de Marcos é aquela fornecida por Papias, bispo de Hierápolis, cerca do ano 140. As palavras de Papias sobre a autoria do evangelho de Marcos foram registradas na obra de Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica, conforme segue:
"E João, o presbítero, também disse isto: Marcos, sendo o intérprete de Pedro, tudo o que registrou, escreveu-o com grande exatidão, não, entretanto, na ordem em que foi falado ou feito por nosso Senhor, pois não ouviu nem seguiu nosso Senhor, mas, conforme se disse, esteve em companhia de Pedro, que lhe deu tanta instrução quanto necessária, mas não para dar uma história dos discursos do nosso Senhor. Assim Marcos não errou em nada ao escrever algumas coisas como ele as recordava; pois teve o cuidado de atentar para uma coisa: não deixar de lado nada que tivesse ouvido nem afirmar nada falsamente nesses relatos."
Além de Papias e de Eusébio, podemos citar outros importantes nomes da patrística como defensores da autoria de Marcos, entre eles:
Irineu, bispo de Lyon:
"Após o falecimento [de Pedro e Paulo], Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, pessoalmente deixou-nos em forma escrita aquilo que Pedro proclamara."
"Assim, quando a palavra divina estabeleceu-se entre os romanos, o poder de Simão foi extinto e pereceu de imediato, juntamente com ele próprio. Mas uma grande luz de piedade iluminou a mente dos ouvintes de Pedro, de modo que não lhes era suficiente ouvir uma vez nem receber o ensino não escrito da proclamação divina, mas com todo tipo de exortação suplicaram a Marcos, cujo Evangelho temos, que, como companheiro de Pedro, lhes deixasse um registro escrito do ensino que lhes fora dado verbalmente. Também não interromperam os apelos até o convencer, tornando-se assim a causa da história chamada Evangelho segundo Marcos. E eles dizem que o apóstolo (Pedro), sabendo por revelação do Espírito o que fora feito, agradou-se com o zelo fervoroso expresso por eles e ratificou a escritura para que fosse lida nas igrejas."
"Segundo aprendi com a tradição a respeito dos quatro evangelhos, que são os únicos inquestionáveis em toda a Igreja de Deus em todo o mundo. (…) O segundo é de acordo com Marcos, que compôs conforme Pedro explicou a ele, a quem também reconhece como seu filho em sua Epístola Geral, dizendo: ‘A igreja eleita na Babilônia vos saúda, como também Marcos, meu filho’."
Existe ainda o relato de Jerônimo, Justino Mártir e Tertuliano que defendem a autoria de Marcos. Há ainda um outro documento intitulado Prólogo Anti Marcionita que também cita Marcos como o autor deste evangelho.
3º Livro Biográfico ou Evangélico. Livro de Lucas.
Autor – Lucas.
Mensagem central do Livr; O Evangelho de Lucas é o terceiro dos quatro Evangelhos canônicos do Novo Testamento, que narra a história da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Possui 24 capítulos.
Embora o texto não mencione o nome de seu autor, o consenso atual segue a opinião tradicional de que este evangelho e os Atos dos Apóstolos foram escritos pelo mesmo autor. A opinião tradicional é que esse autor é o Lucas mencionado na Epístola a Filémon (Fl 1:24), um seguidor de Paulo.
Os tradicionalistas apontam para o fato de que o mais antigo manuscrito que reteve sua página de abertura, o Papiro de BodmerXIV (datado de cerca de 200 D.C.), proclama que aquele é o euangelion kata Loukan, e a tradição subseqüente não foi quebrada. A opinião crítica, expressa por Udo Schnelle, é que "as numerosas concordâncias lingüísticas e teológicas e referências cruzadas entre o Evangelho de Lucas e os Atos indicam que ambas obras derivam do mesmo autor" (em The History and Theology of the New Testament Writings).
O evangelista não afirma ter sido testemunha ocular da vida de Jesus, mas assegura ter investigado tudo cuidadosamente e ter escrito uma narrativa ordenada dos fatos (Lucas 1, 1-4).
Os autores dos outros três Evangelhos, Mateus, Marcos e João, provavelmente usaram fontes similares. De acordo com a hipótese das duas fontes, que é a solução comumente mais aceita para o problema dos sinóticos, as fontes de Lucas incluíram o Evangelho de Marcos e uma coleção de escritos perdidos, conhecida pelos acadêmicos como Q, a Quelle ou "documento fonte".
O consenso geral é que o Evangelho de Lucas foi escrito por um grego para os cristãos gentios, ou seja, que não eram judeos. O Evangelho é dirigido ao protetor do autor, o "excelentíssimo" Teófilo.
A data da redação deste Evangelho é incerta. Estimativas variam entre cerca de 80 até 130 D.C.
Tradicionalmente, os cristãos acreditam que Lucas escreveu sob a direção, se não sob o ditado de São Paulo. Isso o colocaria como tendo sido escrito antes dos Atos, cuja data de composição é geralmente fixada em cerca de 63 D.C. ou 64. Conseqüentemente, a tradição é que este Evangelho foi escrito por volta de 60 ou 63, quando Lucas pode ter estado em Cesaréia Marítima (costa norte de Israel, ao sul da atual Jafa) à espera de Paulo, que era então prisioneiro. Se, por outro lado, a conjetura alternativa estiver correta, de que o livro foi escrito em Roma, durante o tempo de prisão de Paulo lá, então a data mais provável seria entre os anos 40 e 60 D.C. Os cristãos evangélicos tendem a favorecer essa opinião, mantendo a tradição de datar os evangelhos bem nos primórdios do cristianismo.
Lucas dedicou seu Evangelho ao "excelentíssimo Teófilo." Teófilo, que em grego significa "Amigo de Deus", a expressão literária pode estar referindo-se a alguém, a uma comunidade ou a todos que se enquadrarem ao termo. Infelizmente, em nenhum lugar do Evangelho de Lucas ou nos Actos há referência a que o autor seja Lucas, o companheiro de Paulo; essa conexão só aparece no final do século II. Além disso, o texto em si dá pistas de que não foi escrito como um ditado de um único autor, mas que fez uso de múltiplas fontes.
Em contraste com a opinião tradicional, muitos acadêmicos contemporâneos consideram o Evangelho de Marcos como um texto fonte usado pelo autor do Evangelho de Lucas. Dado que Marcos foi provavelmente escrito depois da destruição do Templo de Jerusalém, por volta de 70, Lucas não poderia ter sido escrito antes de 70. Baseado nesse dado, acadêmicos tem sugerido datas para Lucas desde o ano 80 até tão tarde quanto 150, e os Atos um pouco depois, mas também entre 80 e 150. A perda de ênfase da Parúsia e a universalização da mensagem sugerem intensamente uma data muito mais tardia do que os anos 60-70 atribuídos pela opinião tradicional. O debate continua entre os não-tradicionalistas sobre se Lucas escreveu antes ou depois do final do primeiro século. Aqueles que preferem uma data mais tardia argumentam que ele foi escrito em resposta a movimentos heterodóxicos do início do segundo século. Já aqueles que tendem por uma data mais antiga, assinalam as duas seguintes considerações: Lucas desconhece o sistema episcopal, que se desenvolveu no segundo século e uma data mais antiga preserva a tradicional conexão do Evangelho com o Lucas que foi companheiro de Paulo.
Os manuscritos mais antigos do Evangelho de Lucas são fragmentos de papiro do século III, um contendo passagens dos quatro evangelhos (P45) e três outros preservando apenas breves passagens (P4, P69, P75). Essas cópias primitivas, assim como as primeiras cópias dos Actos, são de data posterior àquela em que o Evangelho foi separado dos Actos. O Codex Bezae, na Biblioteca da Universidade, Cambridge, contém um manuscrito do século V ou VI que é o manuscrito completo mais antigo de Lucas, nas versões grega e latina, em páginas lado a lado. A versão grega parece ter origem em um ramo da tradição principal dos manuscritos e desenvolve-se a partir de textos conhecidos, em muitas passagens. Embora o texto apresente muitas correções intencionais, amiúde para alinhá-lo com as textos correntes, o Codex Bezae demonstra a latitude em manuscritos de escrituras que ainda existiram muito tarde na tradição. Acadêmicos bíblicos tem minimizado a importância do Codex, citando-o geralmente apenas quando ele reforça os textos comuns.
A maioria dos estudiosos do Novo Testamento acredita que o autor do Evangelho de Lucas confiou no texto de Marcos e na "Q" como suas fontes primárias. De acordo com Farrar, "de um total de 1151 versículos, Lucas tem 389 em comum com Mateus e Marcos, 176 em comum apenas com Mateus, 41 em como com Marcos somente, deixando 544 privativos para si próprio. Em muitas instâncias, todos os três usam linguagem idêntica." Há 17 parábolas próprias desse Evangelho. Lucas também atribui a Jesus sete milagres que não estão presentes nem em Mateus nem em Marcos. Os evangelhos sinóticos estão relacionados um com o outro segundo o seguinte esquema: se o conteúdo de cada evangelho é indexado em 100, então quando se compara esse resultado se obtém: Marco tem 7 peculiaridades e 93 coincidências. Mateus tem 42 peculiaridades e 58 coincidências. Lucas tem 59 peculiaridades e 41 coincidências. Isso é, 13/14 (treze quatorze avos) de Marcos, 4/7 de Mateus e 2/5 de Lucas descrevem os mesmos eventos em linguagem similar. O estilo de Lucas é mais polido do que o de Mateus e Marcos, com menos hebraismos. Lucas utiliza algumas palavras latinas (q.v. Lucas 7,41; 8,30; 11,33; 12,6 e 19,20), mas nada de termos em aramaico ou hebraico, exceto sikera, uma bebida estimulante da natureza do vinho, mas não processada de uvas (do hebraico shakar, "ele está intoxicado", Levítico 10,9), provavelmente vinho de palmeira. Esse Evangelho contém 28 referências distintas ao Antigo Testamento. Muitas palavras e frases são comuns ao Evangelho de Lucas e às cartas de Paulo, comparando:
Lucas 4:22 com Colossenses 4:6.
Lucas 4:32 com 1Coríntios 2:4.
Lucas 6:36 com 2Coríntios 1:3.
Lucas 6:39 com Romanos 2:19.
Lucas 9:56 com 2Coríntios 10:8.
Lucas 10:8 com 1Coríntios 10:27.
Lucas 11:41 com Tito 1:15.
Lucas 18:1 com 2Tessalonicenses 1:11.
Lucas 21:36 com Efésios 6:18.
Lucas 22:19-20 com 1Coríntios 11:23-29.
Lucas 24:34 com 1Coríntios 15:5.
O Evangelho de Lucas tem sido chamado "o Evangelho das nações, cheio de compaixão e esperança, asseguradas ao mundo pelo amor de um Salvador sofredor;" "o Evangelho da vida santa;" "o Evangelho para os gregos; o Evangelho do futuro; o Evangelho da cristandade progressista, da universalidade e graciosidade do evangelho; o Evangelho histórico; o Evangelho de Jesus como o bom médico e o Salvador da humanidade;" o "Evangelho da Fraternidade de Deus e da irmandade do Homem;" "o Evangelho da condição feminina;" "o Evangelho dos desfavorecidos, dos samaritanos, dos publicanos, das prostituídas e dos pródigos;" "o Evangelho da tolerância."
A principal característica deste Evangelho, como Farrar (Cambridge Bible, Lucas, Introd.) observa, está expressa no lema "Quem andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo diabo" (Atos, 10, 38; comparar com Lucas 4,18). Lucas escreveu para o "mundo helênico." Este Evangelho é em verdade "rico e precioso."
4º Livro Biográfico ou Evangélico. Livro de Jão.
Autor – João.
Mensagem central do Livro; O Evangelho Segundo João é, na Bíblia, o quarto e último evangelho antes dos Atos dos Apóstolos, Cartas Paulinas e Apocalipse.
Sua autoria é tradicionalmente atribuída a João, o "discípulo amado", irmão de Tiago, e foi escrito entre os anos 95 e 100, tendo sido cronologicamente o último a ser escrito. A maior parte dos seus relatos é inédita em relação aos outros três evangelhos, o que sugere que o autor tivesse conhecimento do conteúdo deles ao escrever seu livro. Mais da metade deste evangelho é dedicado a eventos da vida de Jesus Cristo e suas palavras durante seus últimos dias. O propósito de João foi inspirar nos leitores a fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus e o versículo que resume este propósito é Jo 20:31. João também dá ênfase à total dependência humana em relação a Deus para a salvação.
O Papiro Rylands é o fragmento mais antigo do manuscrito do Evangelho de João; data aproximada - ano 125 E.C..
O Papyrus P52 da biblioteca de Rylands, também conhecido como o fragmento do São João, é um fragmento do papiro exposto na biblioteca de John Rylands, Manchester, Reino Unido. Contêm partes do Evangelho de João 18:31 - 33, no grego, e no verso contêm linhas dos versos 37-38.
Embora Rylands P52 seja aceito geralmente como registro canônico, a datação do papiro é de nenhuma maneira assunto de consenso entre críticos. Mas o estilo da escrita, leva a uma data entre o anos 125 e 160 E.C..
Para esclarecer o que diz a Palavra. Depois que Jesus morreu, para que a Escritura se cumprisse, Ele ressuscitou dos mortos, apareceu a Maria Madalena, esta anunciou aos discípulos "Eu vi o Senhor!". Logo após,Jesus aparece também aos discípulos e soprou sobre eles e disse:"Recebam o Espírito Santo" e simplesmente disse:"Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados;se não os perdoarem, não estarão perdoados". É preciso perdoar para se obter o perdão divino. Está escrito no evangelho de João. No mesmo evangelho capítulo 20,versos 30 e 31, diz: "Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome".Libere perdão, e verá o milagre de Deus em sua vida.Creia. (Bíblia Sagrada- NVI (Nova Versão Internacional).
A) 2º Classe do Novo Testamento Livro Historico nessa classe so contem um unico Livro.
1º Livro de Atos dos Apostulos.
Autor –
Mensagem central do livro; Atos dos Apóstolos é o quinto livro do Novo Testamento bíblico e que narra o ministério dos apóstolos.
Narram a vida dos primeiros discípulos logo após a morte de Jeus e depois enfocam a vida de Paulo de Tarso, de quem Lucas foi amigo e companheiro. Data
O livro de Atos termina abruptamente com Paulo em seu segundo ano na prisão de Roma, que teve início cerca de 60 d.C. Lucas não dá informação sobre o martírio do apóstolo Paulo que morreu decapitado entre 66 e 68 d.C.
Os eruditos acreditam que Lucas teria incluído acontecimentos importantes se tivesse escrito depois de 64 d.C.,[1] como as perseguições empreendidas por Nero (64-68 d.C.) ou a destruição de Jerusalém (70 d.C.).
Portanto, Atos foi escrito provavelmente entre 61 e 63 d.C.
Destinatários
Atos é dirigido a uma pessoa específica, Teófilo. Embora tivesse escrito para alguém específico, muitos acreditam que ele tenha se dirigido a todos os que amam a Deus, uma vez que "Teófilo" significa "aquele que ama a Deus". De qualquer modo, Lucas escreveu Atos para que pudesse ser lido por muitos. Esses leitores tinham familiaridade com o império romano e com a Ásia Menor, mas talvez não com a Palestina, o que explicaria a informação cuidadosamente detalhada de Lucas sobre determinados lugares.
Justamente devido à tradução do nome Teófilo, alguns pensam que esta carta era aberta e não a um indivíduo que se chamava assim.Este livro é importante por mostrar um dos acontecimentos importantes da história do Cristianismo o Concílio de Jerusalém.
Principais acontecimentos
O Livro de Atos inicia-se com a ascensão de Jesus Cristo, o qual determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção celestial que é descrita nos fatos ocorridos durante o dia de Pentecostes.A escolha do discípulo Matias que foi precedida do suicídio do traidor Judas, nos versículos de 1:16 -20 Pedro fala sobre o campo(Aceldama) que ele adquiriu com as 30 moedas de prata.
Os capítulos seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o violento martírio de Estêvão por apedrejamento, a conversão do perseguidor Saulo de Tarso (Paulo) que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano, mais precisamente pela Ásia Menor, Grécia e Macedônia, culminando com a sua prisão e julgamento quando retorna para Jerusalém e, finalmente, fala sobre sua viagem para Roma.
Pode-se dizer que do começo até o verso 25 do capítulo 12, o Livro de Atos dá um enfoque maior ao ministério de Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajosamente e realizou muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judéia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
Já a outra metade da obra centraliza-se mais no ministério de Paulo (do capítulo 13 ao final) e poderia ser subdividido em seis partes: 1. A primeira viagem missionária liderada por Paulo e Barnabé; 2. O Concílio de Jerusalém; 3. A terceira viagem missionária de Paulo em que o Evangelho é levado à Europa; 4. A terceira viagem missionária; 5. O julgamento de Paulo; 6. A viagem de Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Atos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por Paulo.
Estabelecimento da Igreja
Narra o livro de Atos que, antes de subir aos céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jesusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra.
Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de Matias em substituição a Judas Iscariotes que tinha suicidado.
Com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades que estavam presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos.
Corajosamente, Pedro inicia um discurso explicando o motivo do acontecimento em que três mil pessoas são convertidas para o cristianismo que foram batizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
De acordo com os versos 42 a 44 do capítulo 2, os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter se mantido por anos na igreja de Jerusalém. Já os versos 32 a 37 do capítulo 4 informam que "ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía" e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens.
Novas prisões dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus, conforme é narrado nos versos de 17 a 42 do capítulo 5 da obra. Porém, com o parecer dado pelo rabinoGamaliel, o Sinédrio resolve libertar Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Com o crescimento do número de discípulos, é instituído o cargo de diácono para ajudar nas atividades da Igreja, entre os quais estavam Estevão e Filipe, o Evangelista que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Estevão é preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte.
As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã
Após o apedrejamento de Estevão, Saulo de Tarso empreende uma grande perseguição à Igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões da Judeia e Samaria, chegando também o Evangelho à Fenícia, Chipre e Antioquia.
Algumas obras de Filipe, o Evangelista, são narradas em Atos, entre as quais a sua passagem por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial de Gaza.
Saulo de Tarso ao tentar empreender novas perseguições, converte-se quando viajava para Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias, até ser curado quando encontra-se com Ananias. Depois destes acontecimentos, a Igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque narrados nesse momento da obra de Lucas são a cura do paralítico Enéias, em Lida, e a ressurreição de Dorcas, na cidade de Jope. Vimos em Dorcas um exemplo de alguém que se doou para que a Igreja nascente tivesse razão social de ser, além de razão espiritual convincente. Se a Igreja manifestava Jesus Cristo como aquele capaz de conduzir o homem a Deus pelo seu grande amor e doação pelos seres humanos, Deus usava seres humanos como Dorcas para manifestar o seu grande amor aos demais seres humanos numa dimensão horizontal. Foi assim que, morrendo Dorcas, a Tabita querida, Deus pode e quis ressuscitá-la pelo seu grande poder e amor diante do clamor dos que foram por ela favorecidos - toda a comunidade jopeana.
O Evangelho chega aos gentios
Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesaréia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados.
Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem. O rei Herodes Agripa I prende a Tiago, irmão de João, chegando a matá-lo. Depois prende a Pedro, mas este é milagrosamente liberto pela ajuda de um anjo. E também é através de um anjo que Herodes é morto comido por vermes.
Título ainda não informado (favor adicionar)MAPA: as viagens Missionárias de Paulo
A primeira viagem missionária de Paulo
Depois de ter sido um feroz perseguidor da Igreja, Paulo passa a congregar na igreja de Antioquia, na Síria, e inicia suas viagens missionáris pelo mundo romano, das quais três são relatadas no livro de Atos.
Entre os anos de 48 a 50 da era comum, em sua primeira expedição evangelizadora, na companhia de Barnabé, Paulo parte de Antioquia e vai para a ilha de Chipre. Lá pregam na cidade de Salamina, desafiando o poder de um feiticeiro que enganava a população. Ao sair de Pafos, São Marcos deixa o grupo e retorna para Jerusalém. Paulo e Barnabé prosseguem navegando para Perge na província romana da Panfília e, por terra, vão à Antioquia da Pisídia, na Pisídia, prosseguindo depois para Icônio, Listra e Derbe, cidades da Galácia, pregando tanto em sinagogas aos judeus e aos gentios.
Devido à cura de um paralítico de nascença, Paulo e Barnabé são aclamados como encarnações de deuses greco-romanos pelos cidadãos superticiosos de Listra e precisaram impedir as multidões de lhes oferecer sacrifícios. Depois disto, foi apedrejado, mas sobreviveu.
Ao pregarem em Derbe e fazer discípulos retornam para Antioquia, promovendo nas novas igrejas as eleições dos seus presbíteros, deixando-lhes recomendações.
Concílio de Jerusalém
A notícia de conversão dos gentios gerou impactos dentro da Igreja, visto que alguns judeus da seita dos fariseus impunham a circuncisão aos novos cristãos.
Tendo a Igreja se reunido em Jerusalém, com a presença dos apóstolos, ficou decidido que os gentios convertidos não deveriam ser incomodados com a observância de detalhes da lei mosaica, mas apenas que se abstivessem da idolatria, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.
MAPA: 1ª Viagem Missionária de Paulo
A segunda viagem missionária de Paulo
A segunda viagem missionária de Paulo ocorre entre os anos de 51 a 53 da era comum, em que depois de percorrer por terra algumas regiões da Ásia Menor, Paulo recebe um aviso em uma visão sobrenatural em Trôade para atravessar para a Europa e pregar nas cidades da Macedônia e da Acaia.
Nesta segunda expedição, Paulo é acompanhado por Silas e anuncia o Evangelho também em Neápolis, Filipos, Anfípolis, Apolônia, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto, de onde retornam para à Ásia Menor, desembarcando em Éfeso. Porém, desde que atravessou a província da Galácia, Timóteo havía juntado-se ao grupo, tornando-se um outro importante colaborador do apóstolo.
Em Filipos, Paulo é preso após ter libertado de uma possessão demoníaca uma escrava que fazia adivinhações, porém é milagrosamente libertado à noite através de um terremoto.
Na cidade de Atenas, Paulo faz um discurso no Areópago, na colina de Marte, mas poucos se convertem.
É na cidades de Corinto que Paulo funda uma importante igreja, onde é ajudado por um casal de judeus, Áquila e Priscila que também lhe ajudam até Éfeso.
De Éfeso, Paulo navega então para Cesaréia, apresentando-se em seguida para a igreja de Jerusalém.
Durante a sua segunda viagem missionária Paulo escreveu duas Epístolas: I Tessalonicenses, escrita de Corinto, 52 A.D. II Tessalonicenses, escrita de Corinto, 53 A.D.
MAPA: 2ª Viagem Missionária de Paulo
A terceira viagem missionária de Paulo
A terceira viagem missionária de Paulo ocorre entre os anos de 54 a 57 da era comum e teve por objetivo fortalecer os discípulos nas novas igrejas na Ásia Menor e Grécia.
Tal como nas missões anteriores, Paulo sempre parte da igreja onde congregava em Antioquia, de onde segue por terra até Éfeso, passando por Tarso, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia.
Nesta expedição, Paulo dá mais atenção à igreja de Éfeso onde acontecem milagres e o apóstolo sofre a oposição dos ourives que lucravam fabricando imagens da deusa Diana (mitologia), provocando um grande tumulto na cidade.
Após à confusão, Paulo segue para a Macedônia e Acaia onde visita as igrejas.
De volta à Ásia, Paulo reúne-se com a igreja de Trôade, ocasião em que é presenciado um milagre de ressurreição de um jovem que havía despencado da janela do terceiro andar ao adormecer durante o prolongado discurso proferido por Paulo.
Ao desembarcar em Mileto, Paulo tem um comovente encontro com os presbíteros da igreja de Éfeso.
Deixando Mileto, Paulo passa por Tiro e Cesaréia, indo novamente apresentar-se em Jerusalém, sabendo que lá iria ser preso.
MAPA: 3ª Viagem Missionária de Paulo
A prisão de Paulo
Em sua estadia em Jerusalém, após ter regressado de sua terceira viagem missionária, Paulo é detido pelos judeus quando se encontrava no templo cumprindo seu voto.
Devido à confusão que foi formada na ocasião da prisão de Paulo, as autoridades romanas em Jerusalém intervieram, evitando que o apóstolo fosse morto.
Invocando sua cidadania romana, Paulo obtém algumas proteções enquanto permanecia em custódia aguardando julgamento, o que motivou a sua transferência para Cesaréia, sob os cuidados de Félix, governador da Judéia, perante o qual foi acusado pelos judeus de ter causado inquietação política e profanação do templo.
Com dificuldades para decidir sobre o caso de Paulo, Félix o mantém em custódia por dois anos até ser substituído por Festo que, ao fazer um acordo com os judeus, promete encaminhar o apóstolo para ser julgado em Jerusalém.
Não concordando que o seu julgamento fosse realizado em Jerusalém, Paulo interpõe um apelo para impedir tal determinação e, devido ao seu requerimento, consegue pelas leis romanas que o seu caso fosse apreciado pelo imperador em Roma. Isto porque a legislação da época permitira que um cidadão romano que não se entiss tratado com justiça pudesse apelar para o imperador nos casos em que a pessoa jamais tivesse sido condenada por um tribunal inferior e a acusação não se tratasse de crimes comuns.
Enquanto esteve sob a custódia de Festo, o caso de Paulo chegou a ser submetido ao rei Herodes Agripa II, porém depois de seu apelo ao imperador. Agripa não encontrou em Paulo nenhum motivo para ser condenado, contudo de nada adiantou o seu parecer.
A viagem de Paulo a Roma
A viagem de Paulo a Roma ocorre entre os anos de 59 e 60 da era comum em que o apóstolo atua como um verdadeiro missionário junto aos criminosos que estavam sendo transportados no navio.
A viagem foi turbulenta, tornando-se perigosa depois que o navio já encontrava-se em Creta, quando todos foram surpreendidos por um forte tufão quando navegavam pelo lado sul da ilha.
Enfrentando uma longa tormenta, o navio afastou-se de Creta vindo a naufragar em Malta, onde Paulo permaneceu por três meses em terra curando os enfermos da ilha. Em Malta, tem-se o relato de mais um milagre ocorrido quando Paulo é picado por uma serpente e sobrevive sem sentir nenhum efeito do veneno da víbora.
Depois disto, Paulo chega a Roma sendo muito bem recebido na cidade onde passa a aguardar o seu julgamento em custódia domiciliar, por dois anos, pagando por sua própria conta o aluguel de uma residência. Ali recebe vários judeus e lhes anuncia o Evangelho, entre os quais alguns crêem e outros não.
B) 3º Classe do Novo Testamentos sâo as Cartas ou Epistolas Paulina, são ao total de 12 Epistolas.
1º Epistola de Paulo; aos Romanos
Todas as 12 cartas foram escritas pelo Apostulo Paulo.
Mensagemn central da carta; A Epístola aos Romanos, Epístola de Paulo aos Romanos, geralmente referida apenas como Romanos, é o sexto livro do Novo Testamento. Os estudiosos da Bíblia concordam que ela foi escrita pelo Apóstolo Paulo aos romanos para explicar como a salvação é oferecida por meio do Evangelho de Jesus Cristo. É a primeira e a mais longa das Epístolas Paulinas, e é considerada a epístola com o "mais importante legado teológico".
Representação do século XVI de São Paulo escrevendo sua Epístola. Romanos 16:22 indica que Tércio atuou como seu copista.
A epístola aos romanos foi escrita por Paulo, provavelmente na cidade de Corinto, Grécia, enquanto ele estava hospedado na casa de Caio e transcrita por um escriba chamado Tércio.[3] Há uma série de razões que covergem para a teoria de que Paulo a escreveu em Corinto, uma vez que ele estava prestes a viajar para Jerusalém ao escreve-la, o que corresponde com Atos 20:03, onde é relatado que Paulo permaneceu durante três meses na Grécia. Isso provavelmente implica Corinto, pois era o local de maior sucesso missionária de Paulo, na Grécia.[4] Adicionalmente Febe, um diácono da igreja em Cencréia, um porto a leste de Corinto, teria sido capaz de transmitir a carta a Roma depois de passar por Corinto. Erasto, mencionada em Romanos 16:23, também viveu em Corinto sendo comissário da cidade para obras públicas e tesoureiro da cidade em várias épocas, mais uma vez indicando que a carta foi escrita em Corinto.O momento exato em que foi escrito não é mencionado na carta, mas foi obviamente escrito quando a coleta de dízimos para Jerusalém tinha sido montada e Paulo estava prestes a ir a Jerusalém, ou seja, no final de sua segunda visita a Grécia, durante o inverno que precedeu a sua última visita a essa cidade. A maioria dos estudiosos propoem que a carta foi escrita no final de 55, 56 ou 57.[6] Outros propoem o início de 58 ou 55, enquanto Luedemann defende uma data anterior, como 51/52 (ou 54/55 ), na sequência de Knox, que propôe 53/54.[7]
Durante dez anos antes de escrever a carta (aproximadamente 47-57), Paulo tinha viajado ao redor da fronteira com o Mar Egeu evangelizando. Igrejas foram plantadas nas províncias romanas da Galácia, Macedónia, Achaia e Ásia. Paulo, considerando a sua tarefa concluída, queria pregar o evangelho na Espanha.[8]. Isso lhe permitiu visitar Roma no caminho, uma ambição de longa data dele. A carta aos Romanos, em parte, prepara a comunidade de Roma e dá motivos para sua visita.[9]
Além da localização geográfica de Paulo, suas opiniões religiosas são importantes. Primeiro, Paulo era um judeu helenístico com um fundo farisaico, integrante de sua identidade. Sua preocupação com o seu povo é uma parte do diálogo e é retratado ao longo da carta.
Ver artigo principal: Hermenêutica bíblica
Os católicos aceitam a necessidade da fé para a salvação, mas apontam para Romanos 2:5-11 para a necessidade de viver uma vida virtuosa e praticar as boas obras, assim:Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber, a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção, mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade, tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego, glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego. Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Sobre este assunto, São Tiago diz também que «o homem é justificado pelas obras e pela fé» (Tg 2, 24), ou então "pelas obras que nascem da fé, porque a «fé sem obras é morta» (Tg 2, 17)".
Ver artigo principal: Sola fide e Sola gratia
Para argumentar a alegação de que a salvação é obtida somente pela fé em Cristo e não pelas boas obras, os protestantes sustentam Romanos 4:2-5:
"Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus, pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida, mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça".
Eles também apontam que, para os escritos de Romanos 2:21-25:
"Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós, porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão".
Martinho Lutero qualificou a carta de Paulo aos romanos como a "mais importante peça do Novo Testamento. É o mais puro Evangelho. Vale a pena para um Cristão não somente memorizar palavra por palavra, mas também ocupar-se com ela diariamente, como se fosse o pão diário da alma".[11]
Romanos tem estado na vanguarda de vários movimentos importantes no protestantismo. As palestras de Martinho Lutero sobre Romanos em 1515-1516, provavelmente coincidiu com o desenvolvimento de sua crítica ao Catolicismo que levou às 95 Teses de 1517. Em 1738, na audiência do "Prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos" lido na Igreja de St. Botolph em Aldersgate Street, Londres, John Wesley disse que sentiu seu coração "estranhamente aquecido", uma experiência de conversão, que é muitas vezes vista como o início de Metodismo.
2º Carta ou Epistola Paulina aos 1 Corintios.
Mensagem central da carta; I Coríntios é como é conhecida a primeira epístola de S. Paulo à igreja em Corinto, muito embora possa ter sido a segunda carta do apóstolo aos cristãos daquela cidade. É nesta carta que é encontrada a famosa passagem sobre a importância do amor genuíno, no capítulo 13; e também sobre dons espirituais, no capítulo 12. Por isso, I Coríntios é considerada uma das epístolas mais poéticas do "Apostolo dos Gentios" como Paulo de Tarso chegou a ser chamado.
O autor da epístola, como se pode identificar desde o seu começo, já no primeiro versículo, teria sido o apóstolo Paulo. Apesar da referência a alguém chamado Sóstenes, supõe-se que este possa ter sido algum auxiliador que tenha redigido a carta enquanto Paulo ditava, valendo destacar que o fato de haver uma narrativa na primeira pessoa demonstra ter sido um único autor.
A data provável que a epístola foi escrita teria sido por volta do ano 55 da era comum, quando Paulo encontrava-se na cidade de Éfeso em sua terceira viagem missionária (Atos 19:1; Atos 20:1).
É possível que I Coríntios tenha sido a segunda carta que Paulo teria escrito aos cristãos em Corinto.
Sabe-se que o apóstolo escreveu um total de quatro epístolas, das quais duas encontram-se perdidas na atualidade.
Através de uma interpretação que se faz do verso 9 do capítulo 5 da epístola e de 2Coríntios 2:3-4, supõe-se que esta teria sido a segunda carta. E, por sua vez, a segunda epístola do Novo Testamento, poderia ter sido a quarta.
I Coríntios é uma carta de aconselhamento. Na ocasião em que Paulo encontrava-se em Éfeso, ele ouviu falar dos problemas da congregação cristã na cidade de Corinto e, por isso, passa várias instruções sobre diversos assuntos. Depois de tratar dos problemas da igreja que enfrentava dissensões e uma situação de desordem, Paulo passa a responder sobre as dúvidas dos cristãos daquela igreja.
Dentro do contexto de como deve ser feita a adoração pública nos cultos das congregações cristãs, Paulo passa algumas instruções sobre o uso dos dons espirituais, conhecidos no catolicismo como os carismas do Espírito Santo.
Paulo explica que os dons são dados por um único Deus para o cumprimento de sua obra na Terra, buscando situar a igreja como um só corpo e os cristãos como membros desse corpo. E, assim como no corpo humano cada parte tem uma função específica, o mesmo deve ser aplicado quando às manifestações dos dons espirituais na Igreja (1Coríntios 12:12).
Após uma pausa em que fala sobre a suprema excelência do amor, durante o capítulo 13, Paulo detém-se no uso dos dons de línguas e de profecias. Neste sentido, ele orienta que os cristãos devem procurar com zelo os dons espirituais, principalmente o de profetizar.
Embora muitos relacionem a profecia como uma previsão de acontecimentos futuros, o seu principal propósito no Novo Testamento bíblico, de acordo com a epístola, seria o de comunicar a mensagem de Deus às pessoas, dando esclarecimentos, advertências, correção e encorajamento:
Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. (1Coríntios 14:3)
A respeito do dom de falar em línguas, Paulo orienta as igrejas para que procurem manter uma disciplina durante o culto, ressaltando qual a finalidade dessa manifestação espiritual que seria a edificação pessoal do cristão em sua oração individual a Deus.
É no capítulo 13 da epístola que Paulo fala grandiosamente sobre o amor (em grego ágape) que, em algumas traduções, aparece com o vocábulo caridade:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.
Na sua primeira epístola aos Coríntios, Paulo faz sérias advertências sobre a imoralidade sexual e as relações sexuais ilícitas, determinando que fosse expulso da congregação um homem que havia abusado da mulher do seu pai (capítulo 5) e alertando que o homem que se une a uma prostituta torna-se uma só carne com ela.
Paulo situa o corpo do cristão como um membro de Jesus Cristo e o templo onde o Espírito Santo habita que virá a ser restaurado por Deus na ressurreição dos mortos. Assim, o apóstolo explica que o cristão não pode fazer o que bem entender com o seu corpo participando de relações sexuais contrárias aos mandamentos bíblicos porque o corpo do cristão passa a pertencer a Deus.
Após advertir duramente contra a imoralidade sexual na segunda parte do capítulo 6 da epístola (versos de 12 a 20), Paulo passa a falar no capítulo 7 dos deveres quanto ao casamento onde exalta a fidelidade conjugal entre o marido e a esposa. Fala daqueles fazem a sua opção pelo celibato para se dedicarem mais às atividades eclesiásticas, porém recomenda que aqueles que não tenham a vocação para uma vida de castidade que se casassem. Também permite um novo matrimônio para as viúvas, considerando ser mais adequado as pessoas se casarem do que terem uma vida de imoralidade contrária aos propósitos divinos.
Muito interessante observar que, a respeito da união entre cristãos e incrédulos, Paulo orienta que tais matrimônios não devem ser desfeitos por causa das diferenças religiosas, dizendo que o esposo não convertido é santificado pela sua esposa e que o contrário também se aplica.
Esta epístola condena a prática do sexo não natural. Nos versos de 9 a 10 do capítulo 6, é utilizado a palavra sodomita, fazendo uma menção às práticas homossexuais das cidades de Sodoma e Gomorra que, de acordo com o livro de Gênesis, foram destruídas por Deus na época de Abraão, cujos habitantes não apenas tinham relações homossexuais, mas eram seres perversos.
Preocupado com a maneira como as igrejas em Corinto estavam celebrando a Ceia cristã, Paulo alerta que tal momento deve ser de reflexão e cita as últimas palavras ditas por Jesus a seus discípulos antes de morrer na cruz.
Assim, o apóstolo orienta que os cristãos devem comemorar esta passagem de modo certo e disciplinado, condicionando que cada homem deve examinar-se a si mesmo e só então comer do pão e beber do cálicee.
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. (1Coríntios 11:31-32)
Outro tema muito importante que é abordado na epístola é a ressurreição dos mortos.
Paulo ensina que se não existisse a ressurreição dos cristãos, seria em vão tanto a fé quanto os trabalhos de pregação do Evangelho.
Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis dos homens. (1Coríntios 15:19)
Demonstrando que, assim como Cristo ressuscitou e vive para sempre, os mortos também deverão ressuscitar um dia, Paulo explica que, da mesma maneira como a morte afetou todos os homens por causa da desobediência de Adão, a ressurreição é alcançada por intermédio de Cristo.
Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. (1Coríntios 15:22)
Deste modo, o corpo corruptível de cada membro da igreja será um dia transformado em um corpo celestial, semelhante ao de Cristo, que viverá e reinará eternamente com Jesus.
Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois, o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial. (1Coríntios 15:45-49)
Concluindo toda o seu ensinamento, durante o capítulo 15 da epístola, Paulo então recomenda aos cristãos que fossem firmes e constantes em seus caminhos, cientes de que os trabalhos de evangelismo na obra divina não seriam em vão.
A efetiva primera epístola de Paulo aos Corintios não se encontra perdida, mas não foi aceita pelo cânon. Teólogos a estudam mesmo assim.
3º Carta ou Epistolas Paulina aos 2 Corintios.
Mensagem central do Livro; II Coríntios é como é conhecida a segunda epístola de S. Paulo aos cristãos residentes na cidade grega de Corinto.[1][2]
Segundo a tradição cristã, o apóstolo teria escrito quatro cartas à Igreja em Corinto, das quais duas encontram-se perdidas atualmente, de maneira que II Coríntios pode ter sido a quarta epístola.
Em I Coríntios, Paulo havía dado várias advertências e ensinamentos aos cristãos dessa cidade. Contudo, alguns falsos mestres questionaram sua autoridade apostólica, caluniando-o.
O autor da epístola foi Paulo, o que pode ser verificado durante a sua leitura, quando o apóstolo menciona o seu relacionamento com essa igreja. Além do mais, seu texto contém muitas informações autobiográficas, devendo ser consideradas as referências às pessoas que eram do convívio do apóstolo.
A data provável que a epístola foi escrita teria sido por volta dos anos 55 a 57 da era cristã, poucos meses depois da primeira carta, quando Paulo encontrava-se em algum lugar da província romana da Macedônia, em sua terceira viagem missionária. Na ocasião, o apóstolo estava visitando as igrejas que havía fundado em sua segunda viagem.
De acordo com alguns estudos, esta epístola pode ter sido escrita durante o final do verão ou no outono do ano 56 já que havía prometido passar o inverno em Corinto.
Em sua segunda epístola aos coríntios, Paulo, colocando-se como um humilde servo de Cristo, lembra aos seus leitores sobre o começo de seu relacionamento com a Igreja em Corinto que foi sempre íntegro e reto.
Paulo ataca veemente os falsos mestres que buscavam enganar os cristãos dessa Igreja, afastando-os dos verdadeiros propósitos do Evangelho pregado.
Assim, Paulo demonstra sua autoridade como apóstolo e exorta os coríntios amorosamente para que submetam-se à verdade divina, rejeitando as falsas doutrinas.
Além disso, Paulo encoraja a igreja a enfrentar as provações, lembrando-os que ao chegarem no céu receberiam novos corpos e pede que sejam feitas doações para os pobres da Igreja em Jerusalém.